O AMOR DOS NAMORADOS

É natural que um rapaz e uma moça procurem a companhia um do outro com o objetivo de formar um casal, nidos por um sentimento que poderá, mais tarde, constituir uma união duradoura, vivendo juntos através do casamento ou da união estável. Salvo homens e mulheres que optaram seguir uma vocação especial, todos os outros, geralmente, seguem essa tendência. E a fase do namoro é o ponto de partida dessa busca de felicidade a dois.     O namoro é a situação romântica e cheia de sentimentos onde os seres humanos aprendem a  ter um conhecimento recíproco das qualidades e defeitos, dos ideais e do que cada um deseja na vida. É a oportunidade que a vida lhes dá para com o uso da sabedoria, estabelecerem as bases do respeito mútuo, da compreensão, da paciência, da sinceridade, da compatibilidade de valores morais e espirituais, de um companheirismo e amizade sadios, todos eles aspectos indispensáveis para uma união perfeita entre dois seres humanos que desejam começar uma feliz caminhada a dois.     Durante o namoro parece que o coração bate mais forte acompanhado de suspiros e sonhos quando se pensa no outro. É a época em que se valoriza um luar, arranja-se tempo para ficar olhando a lua pensando no outro, para escrever bilhetinhos amorosos, para mandar e receber flores ou ouvir o batucar do coração do outro, agarradinhos, de rostos colados em um baile ou em outro lugar. É aquela fase romântica cheia de sonhos com alguém, onde predomina muita atenção especial ao outro. Atenção representada em sedução constante, com estímulos verbais carinhosos, em olhares profundos com certo brilho especial nos olhos, em interesse recíproco por tudo o que se relaciona com o outro, em motivação entusiasta que faz com que os namorados estejam sempre contentes, rindo por qualquer motivo e alegres com a vida que os cerca. As cores parecem que adquirem mais beleza, as músicas, paisagens e situações adquirem novo significado, inspirando mais sentimento entre eles. Os namorados costumam dizer que estão apaixonados e quando estão juntos parecem estar "desligados do resto do mundo", seja em um cinema de mãos dadas ou em horas conversando pelo telefone. A atenção recíproca leva os namorados a utilizarem todo o tempo disponível que têm em dedicação para a alegria do outro, vivendo um companheirismo cheio de momentos felizes, um agradando o outro numa relação afetiva muito especial, onde há muito diálogo com um "ouvir ativo", cada um prestando atenção, realmente, ao que o outro está dizendo. Essa fase da vida, é considerada uma das mais marcantes,  bonitas e importantes pois é a fase da construção do alicerce da vida do casal, com uma vivência positiva do amor, com esse sentimento preenchendo cada minuto da vida deles. Ah, como os namorados suspiram de emoção positiva um pelo outro, com o coração cheio de romantismo batendo muito forte!     Como o rapaz e a moça, na época da vida em que despertam o interesse um pelo outro, vivem em uma idade em que os hormônios estão "explodindo" em seus corpos, é preciso que não deixem a atração dos instintos dominar na relação, mas aprendam a conviver dentro de certos limites, evitando que as facilidades da vida moderna e as fraquezas do corpo possam interferir negativamente na relação que estão construindo, criando frustrações e falta de confiança que impeçam que continuem a se conhecer melhor e futuramente, cheguem a outra situação, mais séria, que é o noivado e depois a união estável pelo casamento.     O conhecimento recíproco saudável é o ideal entre dois jovens namorados. Os jovens que preferem ter essa atitude positiva são chamados de "caretas" pelos que consideram ultrapassado esse tipo de namoro, jovens que se acham "modernos". Para este tipo de jovem, em vez do namoro, preferem viver o comportamento da moda, "o barato" como eles dizem: o "ficar" com alguém. Traduzindo: o "ficar" é um rapaz com uma moça iniciarem intimidades físicas, "agarrando" um ao outro, alguns minutos após ter acabado de conhecer um ao outro, começando uma escalada de intimidades com alguém que mal acabou de conhecer, muitas vezes até sem saber até o nome um do outro. É viver, sem nenhum controle, uma situação momentânea, ocasional, fugaz, "curtindo" um ao outro sem nenhum compromisso ou respeito, utilizando de um erotismo barato e sem nenhuma responsabilidade, não pensando nas conseqüências presentes e futuras.     Isso é namoro moderno? Socorro! Parem o planeta que eu quero descer! Quero encontrar um lugar onde exista aqueles valores saudáveis entre dois seres humanos que querem viver felizes com o sentimento do amor! Provavelmente esse é o desabafo de muitos jovens conscientes, ao constatarem a triste realidade vivida pela grande maioria da juventude atual e por muitos homens e mulheres que já saíram da juventude.     Essa triste realidade é constatada, também, nos consultórios de psicólogos ou em grupos terapêuticos. O que se encontra são seres humanos que querem encontrar a felicidade mas sentem-se perdidos, "vazios", não sabem conviver de modo saudável com outro ser humano, em intimidade amorosa. Sabem apenas reagir instintivamente, tirando o verniz de cultura ou civilização que receberam pela educação. Quando enfrentam quaisquer dificuldades, sabem apenas reagir com agressão verbal ou física e têm dificuldade em superar situações de medo, de insegurança e não sabem conversar francamente, abrindo o coração. Desconfiados, temerosos, medrosos, raivosos, insatisfeitos, vivem infelizes. Alguns pioram ainda mais ao deixarem crescer na relação um sentimento de posse em relação ao outro, fazendo surgir o ciúme entre eles, por qualquer motivo insignificante. Em vez de demonstrarem atenção e amor ao outro, utilizam o sentimento para controlar o outro, para manipular de modo que o outro viva de acordo com os padrões que se quer, para culpar ou acusar, para o outro ter pena, para mostrar quem manda ou quem "tem que obedecer", quem "é o superior" e quem é o inferior ou dependente, usando sentimento de posse como se o outro fosse um objeto, como se fosse "dono do outro". Em vez de construírem uma relação amorosa, destroem-na com essas e outras situações negativas, desenvolvendo uma doença do amor, onde um faz o outro sofrer, numa co-dependência de sofrimento. E o medo, em especial o medo de perder o outro, o medo de ser rejeitado pelo outro e a insegurança são sentimentos negativos que podem azedar qualquer relacionamento, tirando toda a beleza de se viver um amor verdadeiro.      Uau! Um amor verdadeiro! Quantos homens e mulheres estão ansiando encontrar? Essa possibilidade existe e pode acontecer! Sabe como? Cada um começando a mudar a sua própria atitude para com o sexo oposto! Uma atitude onde haja respeito, confiança, valorização, equilíbrio, dedicação, empatia, espontaneidade, fidelidade, lealdade, paciência, sensibilidade, compreensão, cooperação, cordialidade, sinceridade, honestidade, autenticidade, convívio saudável, valorização de ideais, valores morais e espirituais, responsabilidade, projetos de vida, liberdade com responsabilidade, cavalheirismo, etc. Utopia? Quem acredita no amor sabe que tem que fazer a sua parte, e bem feita, para que qualquer relação com alguém venha a dar certo, venha a se transformar em um caminhar a dois feliz. A felicidade não chegará, se nada for feito! Afinal, etimologicamente, amar significa "sair de si mesmo", cada um fazendo o melhor para a pessoa que se ama e por quem também quer ser amado. Vamos lá! Faça alguma coisa: pare de, simplesmente, "ficar" com alguém e comece um namoro responsável em busca do verdadeiro amor! Que você, leitor, tenha sucesso em sua caminhada e com suas ações positivas, plante muito amor e assim, crie as condições saudáveis para que seja fortalecida uma vida de casal cheia de realização, alegria e felicidade "até que a morte os separe". E assim, independente de quantos anos estejam juntos, os dois possam como um casal feliz, comemorar todo dia, como se fosse um feliz Dia dos Namorados! 

Antonio de Andrade

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