Mãe Natureza

Carta para Mamãe

Oi, Mãe

Tudo bem com? Espero que sim.
Estou te escrevendo para saber como você está. Sei que será difícil saber, mas agora você está ocupando uma das moradas do Pai. Sinto tanto a sua falta...aí, ai...dá até uma dorzinha fina no peito.

Hoje, aqui na terra, comemoramos o Dia das Mães, mas como a senhora sempre nos dizia: "O dia das Mães é todo dia, mas para o comércio é um dia especial. Esperto quem criou tais datas comemorativas!"

Lembro de como você era inteligente, eclética, bondosa, caridosa e muito responsável. Sua disciplina era algo que as vezes até incomodava, mas que hoje me faz falta, já que sou meio assim, ou seja, necessito de alguém falando, falando, falando para que eu me movimente. (xiii...nem muito nem tão pouco, né, mãe?)

Apesar de sermos filha e mãe temos nossas diferenças, né? Eu sou responsável também, igual a você, mas detesto horários, regras impostas e chateações do gênero. Sigo muitas, porque do contrário me dou mal. Mas que gostaria de que todos fossem livres, ah isso sim... Chatice faz mal e engorda!

Todos os dias, antes de dormir, você se entregava à leitura. Livros e mais livros que você comprava, que você ganhava, que pegava emprestado com a Cássia, enfim, livros que iam ao seu encontro como se fossem atraídos pelo seu olhar meigo e sábio. Acho até que você era um a leitora compulsiva, né Mãe?

Quando éramos crianças eu ficava olhando com ternura ao vê-la carregando água, ou mesmo com aquele avental na beira do tanque lavando a roupa de 4 filhos, as suas e as do papai.

Você tinha muita destreza para fazer as coisas. Incrível sua capacidade de fazer tantas coisas ao mesmo tempo. O melhor de tudo era quando você esvaziava a mesa da copa, mandava que nos sentássemos, ou seja, eu e os meus irmãos, para que todos fizéssemos as atividades escolares. Você olhava o caderno de cada um e nos ensinava. Nossa, mãe, você era brava, hein! Penso que você era igual a um árbitro sem apito(rss). A Tânia dizia que você parecia um sargentão. Mas não posso reclamar disso... Quantas lições...
Um belo dia, quando cursávamos o ginásio apareceu a matéria Inglês. Pronto, foi o bastante para te acabrunhar, pois você não entendia nada de inglês. Mas você não se apertou. Foi até a escola para tirar dúvidas com os professores e nos ajudar. Que linda mãe você foi... zelosa, querida e bondosa!

Por falar nisso, em linda, quero dizer, você era bonita demais. Meus tios diziam que você se parecia com uma sereia quando moça. Tinha os cabelos enormes e se parecia muito com a Malu Mader. Aliás, tem uma foto sua aqui em casa que eu chamo de "O VENTO LEVOU", pois você está idêntica a personagem de Vivian Lee, a Scarlet Ohara.

Agora você deve estar aí ensinando a todos os necessitados, através de sua intensa luz e desprendimento.
Ah, mãe, que saudade eu sinto de ti! Me dá uma vontade imensa de estar pertinho de você, mas também preciso criar o meu filho, o seu neto Raphael, já que minha vida na terra é importante para ele. Estou tentando educá-lo do seu jeitinho, mãe. Daquele jeito que era só seu, mas eu tento imitar.
Então, mãezinha, dê o meu abraço para todas as mães que estão aí do seu lado, talvez esperando notícias dos filhos.

De qualquer forma, creio muito que Deus não desampara seus filhos, muito menos as mães que protegem todos eles.
Fiz uns humildes versinhos para te homenagear que, na verdade é um acróstico. Mas nunca esqueça que o meu amor por você transcende, além de lhe ser grata por toda eternidade. Sei o quanto nos ensinou a viver e a respeitar nosso próximo. Como o nosso Mestre de amor, você dizia: "Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo... Faça aos outros o que gostaria que fosse feito a você... Plante o bem e colha o bem... Não guarde raiva de ninguém, nem alimente mágoa em seu coração... Não tenha inveja e saiba compreender os erros das pessoas para que algum dia os seus erros também sejam compreendidos"... É, mãe, não posso relatar tudo, porque, durante seu pouco tempo por aqui, você nos ensinou que ser feliz é bom, mas fazer alguém feliz nos tráz felicidade em dobro.

Eu te amo a cada dia mais
Lutaste tanto para nos criar...dureza!
Idealizou vitória e crescimento para nós, filhos seus
Zelou por tudo conjugando o verbo amar
Agora, mais próxima de Deus, está a nos olhar

Sabedoria plena, compreensão maior
Índole das melhores, indulgência era o seu nome
Laço de amor que me prendeu até a eternidade
Vida dedicada a cuidar de tantas outras
Exemplo de luta, sobriedade e caráter
Ilibada criatura, caridosa e mãe das melhores
Raio de luz que brilhou na vida de todos os seus
Abraçou como meta a razão solidária

Klopper, seu sobrenome, foi meu pai que te deu
Láurea que recebi de Deus ao tê-la como genitora
Obreira da simplicidade, do perdão, da humildade
Peregrina da esperança nos ensinou a gratidão
Pisou em brasas, mas, por Amor, nos segurou em seu colo.
Estrada difícil foi a sua, mas soube trilhar cada espaço,
Retornando ao pai ainda jovem, mas ELE te chamou...

Sua benção, mãe. Que Deus a tenha num bom lugar, pois você merece.
A lembrança que tenho de ti é como manto que cobre minha jornada.

De sua filhinha *Amália.

P.S. Ah, agora sou conhecida como *MEG. Na próxima carta, lhe direi em detalhes o porque do pseudônimo.
O seu neto Rapha está te mandando mil beijinhos, diz estar com muitas saudades e que te ama muito. Está perguntando se você o assistiu na TV do Céu, no Programa do JÔ. Ah! e que o amor dele por você é maior do que o sol, maior do que as estrelas e infinitamente maior do que o seu coração.

Meg Klopper

« Voltar