O  ANÔNIMO

Depois de um dia agitado, estava caminhando, tranqüilamente, pelo calçadão, a fim de espairecer e aliviar um pouco o stress, quando vejo, parados numa esquina, um aglomerado de pessoas. Algumas eufóricas;outras, nem tanto. E eu, como também sou curiosa, fui ver qual o motivo de tantos olhares. E qual não foi a minha surpresa! Lá estava ele sendo caçado e laçado como uma fera violenta. Os que eram a favor aplaudiam e gritavam. Os que não eram, bem poucos por sinal, eu era um deles, estavam com um nó na garganta. Mas éramos a minoria e nada podíamos fazer. E assim foi por uma hora. aproximadamente.O laçador, implacável. E ele, coitado, indefeso, tentando livrar-se, a todo custo do laço que o tiraria, talvez para sempre de circulação. Por isto, certamente, resistia tanto.
Mas não teve jeito. Após mais uns dez minutos de tentativas de livrar-se do laço, lá estava ele, junto com mais uns vinte, todos socados num pequeno furgão. Para quem os detestava, muito riso de alegria; para os que eram sensíveis como eles, lágrimas de comoção.
E lá foram todos, sabe Deus se para alguma adoção, ou para a morte certa. Eu e minha irmã já temos nove adotados. E como é bom tê-los como amigos e aliados.Como gostaria de que todos que se propõem a fazer este ato, que o façam com responsabilidade e amor. Só assim deixaram de existir tantos anônimos e abandonados cães de rua.

Jopeca Rieu

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