Pequenas coisas do Grande Chico

Anos 60 época de ouro da MPB com os grandes festivais que exibiam música da melhor qualidade e, de onde surgiram os melhores cantores de minha geração.

Vivenciei tudo muito de perto. Vibrei, chorei, torci e curti momentos inesquecíveis com Chico Buarque de Holanda.

No intervalo das aulas e nas sextas-feiras reuníamos no Bar Sem Nome da Rua Dr. Vila Nova, para tomar as famosas batidinhas criadas pelo Manoel e a Fernanda, pessoas da melhor qualidade.

Além do nosso grupo ali se encontrava também o Grande Chico e outros mais.

Inevitavelmente acabávamos indo ao Bar O Jogral, do saudoso Carlos Paraná.

Naquela ocasião, depois do estrondoso sucesso no festival da Record, Chico havia estourado nas paradas com A Banda.

Estávamos no O Jogral, quando entra o Chico e aproxima-se da nossa mesa. Senta-se quando uma senhora diz: “Chico, canta A Banda!”, ele não teve dúvida, levantou-se, abaixou e cochichou no meu ouvido: “Amiga, não agüento mais!”, deu-me um beijo no rosto e saiu.

O Grande Chico sempre foi um “gentleman”, porém, temperamental e não sei, se no lugar dele teria feito só isso, (simplesmente, saído).

Ao Grande Chico minha reverência como um ícone da minha geração. Minha modesta homenagem no aniversário de um grande poeta e compositor, SALVE CHICO! Eu o saúdo em meu nome e dos meus pares, com saudade das maravilhosas noites curtidas nas “noites de São Paulo”.

Neuza Maria Mollon (Clarita)