PRISCILA SENA
Médica Veterinária do gatil da Suipa, especialista em Patologia Clínica de pequenos animais, Plantonista da Help Vet, autora e co-autora de trabalhos científicos publicados, entre eles: Diagnóstico de Tumor Venéreo Transmissível Cutâneo Canino através do Método de Punção por Agulha Fina; Determinação do Perfil Hematológico para Mico Leão Dourado, Livre de Patógenos Específicos na Reserva de Poço das Antas. |
|
|
ronronos e latidos
Coluna nº 3 - 11/05/2008
(próxima 22/05)
Pulgas e carrapatos: combate e prevenção
Nesta coluna resolvi escrever sobre seres que possuem quatro pares de patas, redondinhos, e que, quando aparecem, aparecem em grande quantidade, mas às vezes nem conseguimos ver; porém, os encontramos, fazemos uma cara muito feia, com variações de espanto a nojo. Pois, é, estou falando do CARRAPATO.
Resolvi escrever não sobre eles, mas como podemos combatê-lo sem intoxicar os nossos animaizinhos queridos e pomposos. È que na maioria das vezes, nós, até mesmo a minha mãe, resolve dar uma de alquimista e dar banhos com todos os produtos imagináveis em nossos bichinhos, na tentativa de exterminar os carrapatos.
A primeira coisa importante a saber é que, para conseguir combater os carrapatos, é também preciso combatê-los no AMBIENTE e no ANIMAL, isso quer dizer, devemos passar o carrapaticida no ambiente e no animal, pois o ciclo biológico desses ectoparasitas se faz nos dois; mas o produto que utilizamos em cada um é diferente, não podemos usar, por exemplo, o BUTOX no animal, simplesmente. Eu sei que muitos de vocês já passaram e não tiveram problema nenhum, mas acreditem: um dia vocês podem intoxicar o seu animal com BUTOX, ou, às vezes, causar queimaduras em bolsa escrotal (fica no local bem vermelho, sensível, doloroso). Então, o BUTOX é um produto que eu, quando o aconselho, peço para ser utilizado por todo o ambiente, mesmo assim retirando os animais do local, deixando-o bem arejado. Só depois de algum tempo retorna-se com o animal.
IMPORTANTE: Sempre que passamos qualquer produto no chão, que sentimos arder nossos olhos, ou em que o cheiro nos incomoda, devemos pensar em como deve ser com os animaizinhos que estão a centímetros do chão.
Os carrapatos estão em toda parte: frestas, terra, mato, madeiras, plantas, touceiras e na pele de animais. Alimentam-se de sangue. As fêmeas são as que ingurgitam após o acasalamento. Sabe aqueles carrapatos que ficam uma bolinha? Essas são as fêmeas que estão cheias de ovos, logo, não se pode “estourá-las”.
A prevenção é importantíssima, pois eles transmitem doenças para nossos animais.
“Catar” os carrapatos nos animais também não é um método eficaz, pois existem os do ambiente, que vão depois para o animal também, por isso não resolve. Mas, caso vocês ainda insistirem em catar, para matá-los, coloque-os em um pote com álcool.
Banhos com shampoo anti-pulga e anti-carrapato, mesmo quando os eliminam, somente acabam com os carrapatos que estão ali, não há nenhum efeito preventivo.
Outra coisa importante para vocês saberem é que existe uma diferença desses produtos que têm apresentação em spray, indicados quando se tem a infestação de carrapato, e a apresentação em pipeta, que colocamos no pescoço do animal, esses ajudam na prevenção. Então, no caso de infestação, a pipeta não vai resolver.
Outro cuidado que devemos ter são os filhotes: não é qualquer produto que se pode colocar. Consulte o seu Veterinário.
O uso de coleiras, dependendo da marca são eficazes, para uma boa PREVENÇÃO, mas o uso desses produtos exige uma idade mínima, e, mais um detalhe: há coleira anti-pulga e anti-carrapato, só anti-pulga, e só anti-carrapato.
Sei que às vezes, esses pequenos seres, os carrapatos, se fazem uma praga, mas lembrem-se de que eles também são vida!
Até a próxima.
