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Tiradentes não tira dentes
Joaquim José da Silva Xavier, todos sabem, praticava a odontologia. E daí seu apelido: Tiradentes. Mas o que poucos sabem, ao contrário do que seu codinome insinua, é que o nosso herói da inconfidência não suportava arrancar dentes. Isso mesmo! Já era um adepto, então, do que se costuma chamar, hoje em dia, de odontologia preventiva. Ou seja, Tiradentes era muito mais a favor de preservar os dentes do que arrancá-los. Além do mais, não se preocupava apenas com os dentes. Preocupava-se também com o resto do corpo, fazendo uso, inclusive, de plantas medicinais, um modismo típico da medicina praticada na Europa do século dezoito.
No caso de Tiradentes, sua recusa em usar métodos terapêuticos agressivos se deve à influência exercida sobre ele pelo seu primo Frei Veloso, na época um grande botânico, que catalogou mais de 2000 plantas no Vale do Paraíba do Sul e organizou o Jardim Botânico, no Rio.
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/tiradentes/tiradentesnao.html
Mártir 98 anos depois
Tiradentes só começou a ser cultuado 98 anos depois de sua morte - sendo considerado herói nacional a partir de 1890. A imagem de mártir e patrono da nação foi construída pelos republicanos que representasse a luta pela ruptura do domínio português.
O mártir está diretamente ligado ao movimento que ficou conhecido como "Inconfidência Mineira". Os historiadores preferem "Conjuração Mineira" já que o que aconteceu em Minas Gerais foi um ato organizado para conquistar a independência do país e não um ato de deslealdade, traição ou infidelidade, que servem para traduzir a palavra inconfidência. Somente sob a ótica dos colonizadores, os "inconfidentes" foram considerados traidores.
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/tiradentes/martir.html
É sabido que, entre os anos de 1786 e 1789, Tiradentes fez várias viagens ao Rio e que, nessa época, já devia estar conspirando em favor da inconfidência. No Rio, além do contato com idéias revolucionárias, se dedicou a muitos projetos de melhoria urbana.
Ele conhecia bem a cidade, seus morros, seus arredores, o povo do lugar, que também o conhecia como dentista prático. Suas habilidades, no entanto, não se limitavam apenas aos da odontologia. Tinha bons conhecimentos de topografia, o que fez com que Tiradentes intuísse grandiosos projetos de melhora urbanística para o Rio.
Documentos datados daquela época possibilitam concluir que o nosso impetuoso alferes idealizou diversas obras para a cidade. São elas:
- abastecimento regular da cidade, pela canalização
das águas do Rio Andaraí
- construção de moinhos aproveitando a canalização
do rio e mais os desníveis dos córregos Catete, Comprido,
Laranjeiras e Maracanã
- construção de um trapiche, isto é, o cais do
porto, rudimentar, de madeira, avançando da praia o máximo
possível dentro do mar
- construção de armazéns para guarda de gado e
outras mercadorias que, desembarcadas, ficavam expostas ao sol, à
chuva e aos furtos
- serviços de barcas de transporte de passageiros do Rio a Niterói
(Praia Grande)
Em tempo: 30 anos depois de ter projetado essas melhorias, Dom João
VI mandou fazer a canalização do rio, seguindo os planos
de Tiradentes e, em 1889, exatamente 100 anos depois, o engenheiro André
Paulo de Frontin canalizou as águas da Serra do Tinguá, dentro
dos mesmos moldes arquitetados pelo inconfidente.
A cabeça de Tiradentes foi levada do Rio de Janeiro para Vila Rica, em Minas Gerais, e ficou exposta num poste em frente à Igreja Nossa Senhora dos Remédios dos Brancos. Na terceira noite, foi roubada e nunca mais foi encontrada.
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/tiradentes/home.html