SONETO A UMA MULHER SANTA
Santa Maria Egipcíaca despiuEla era santa e sincera.
o manto, e entregou ao barqueiro
a santidade de sua nudez”
— Manuel Bandeira —
Ela era bela, sim, era.
Vivia bem e bem casada.
Nenhum problema, nada.Mas veio a morte e o levou.
Sozinha, desesperou.
Não tinha nada mais de antes.
Tudo se foi em instantes.Desespero nem durou.
Saiu de casa e lutou.
Mas, eis que a sorte madrastanada deu à mulher casta.
Um primeiro apareceu,
por dinheiro ela cedeu.
À FUGAZ AMADA
insensível é o chão
que não percebe as carícias
de teus passosimperceptível é o tempo
que passo pensando
em teus caminhosinsuportáveis são os
momentos que passo
sem teus passosincomensuráveis são os
sonhos dispersos
sem que te sinta próximocansados são meus
passos em teu encalço
perdido em teus silênciosintermináveis as noites insones
— pecados não feitos,
imperfeitos, mal feitosSol sem teus brilhos
manhãs desfeitas
por que não vens...