BRUNAOlhos tão limpos que se erguem para mim,
alma sem segredos,
delicadeza sem fim,
alegria e beleza
que irradiam mil matizes.
Queria poder deter o tempo
e tua imagem,
lembrar para sempre de tua perfeição.
Tu, que és tão minha,
e que um dia
irás por teus caminhos seguir.
Essa pequena sábia,
de grandiosa força,
de palavras incertas tão certas.
Habitamos o mesmo corpo,
comemos do mesmo alimento.
Te dei tua vida,
minha vida,
meu leite.
Dividimos o mesmo leito,
momentos bons e difíceis.
Tivemos tudo
e não tivemos nada.
Viste meu desamor,
testemunhaste minhas loucuras e sofrimentos.
Dormimos no chão.
Dançamos juntas,
rimos à toa.
Vimos a chuva
e eu te mostrei o arco-íris.
Te ensinei a linguagem do vento.
Cantei pra ti sob as estrelas.
Te mostrei a lua.
Dividimos nosso suco com o menino da rua.
Choramos de saudade.
Me ensinaste a pureza,
a fragilidade,
me mostraste minha imperfeição.
Me deste teu amor
e pediste meu abraço.
Não pensei que se pudesse amar assim,
esquecer de mim
e só pensar em ti.
Sentir tua falta,
sentir orgulho,
repetir teus feitos por aí,
te defender e só te querer bem.
Te superproteger e errar.
Um amor tão grande assim,
só sente quem tem o dom de gerar,
de carregar dentro de si a vida,
de preservar a espécie.
Só sente quem é fêmea, mulher, mãe.Denise Duarte