Não és Deus,
mas te querem onipotente,
curando os anseios dos que são teus.
Não és Deus,
mas te esperam onipresente,
para que jamais digas adeus.
Não és Deus,
mas te temem onisciente,
lendo nas almas o que se escondeu.

És Mulher, és humana.
Ou de outras galáxias terás vindo?
És comum, mas quanto realizas!
Mescla de bravura e ternura,
prossegues tua incansável luta,
sem receber honrarias.
És uma, és única, és universal
Desmembrando-te em mil pedaços
Vivendo só em tantos corações.

Também erras, humana que és.
Mas muito mais é o que acertas,
seguindo as trilhas do Amor.
Teu Homem amas, não o  renegas.
A ti própria negas para a paz manter.
És tão sutil que ele nem  percebe
o rico tesouro que tens a oferecer.
E te orgulhas dele que é teu porto,
onde ancoras, segura, e entregas teu ser.

És Mulher, és Mãe, és Filha,
És doce Avó, Irmã fiel, Tia amorosa.
Deusa multiforme de infinitas faces
Alma elevada cheia de contrastes
Bem-aventurada, mágica e venturosa
Do Livro da Vida ditaste a cartilha.

Dorcila Garcia