FOI NUMA NOITE DE SÃO JOÃO

 

soam ao longe
vozes alegres, apressadas
alguém tenta cantar

nuvens cedem passagem
para mais um boeing de carreira

histeria, alguém grita: “olha o balão!, olha o balão!”
um carro passa roncando forte

nada vejo
as cortinas fechadas
relógios batem lá fora
meu despertador não toca
 — já estamos em 2001 —
ouvi outra noite passada
(minha Folhinha Mariana
marca ainda junho de 1962...)

                                                         Alceu Brito Corrêa

« Voltar