SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 5

CLEVANE PESSOA - Clevane Pessoa de Araújo Lopes é nordestina, de S. José de Mipibu/RN, radicada em Minas Gerais. Ilustradora, consultora de teatro, psicóloga, oficineira e palestrista. Desenvolveu o PPP (Projeto Poesia no Pano). Quatro livros de poesia editados: "Sombras feitas de Luz" , "Asas de Água" (ambos pela Plurarts Ed.), "A Indiazinha e o Natal" (Edições Haruko) e "Partes de Mim" (R&S Gráfica e Ed.). Em 2007, "Mulheres de Sal, Água e Afins" (Ed. Urbana, RJ) , contos, primeiro de uma trilogia. Participa de cerca de 60 antologias, possui 19 e-books. Poeta Honoris Causa pelo Conjunto da Obra Poética de 50 anos, outorgada pelo Clube Brasileiro de Língua Portuguesa, que contempla os oito Países Lusófonos. Cônsul Z-C de Poetas del Mundo, em Belo Horizonte, e representante do Movimento Cultural aBrace (Brasil-Uruguai). Co-autora, nos capítulos de sexualidade e homossexualidade do adolescente, do compêndio "Adolescência, Aspectos Clínicos e Psicossociais" - Ed. ArteMed, POA/RS. Gravou 48h. de oficinas para o projeto "Saúde, Vida, Alegria" (Kellog-CECIP/RJ), de Claudius Ceccon e Evelyn Eisenstein, criando as dinâmicas de grupo específicas para adolescência, constantes dos manuais do projeto. Militou na imprensa de Juiz de Fora nos Anos de Chumbo (Gazeta Comercial e jornal Urgente). Na capital mineira, foi homenageada pela Assembléia Legislativa devido aos relevantes serviços prestados a comunidades carentes no HJK, onde criou e coordenou a Casa da Criança e do Adolescente. Indicada para receber a Medalha do Colar de Mérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte, em cerimônia marcada para dezembro de 2007.
Blogs: http://www.clevanepessoa.net/blog.php
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Contatos: clevaneplopes@gmail.com
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           Top secret

Da paciência

Haicais da madrugada fria

     

           (Na calçada,......)

Homem & mulher

Intuito de Salomé

 

Da Paciência

Plenilúneo.
À lua grávida, num céu espantoso,
douro-me a esquecer meu  espantoso império
de espera e floração,
luminescente de  rememória  e de desejo.
Filigranas de seda são tecidas no púbis,
e sobre elas, ainda haverá o bordado
do vai-e-vem incansável.
Acompanho a bordadura sobre a urdidura suave.
Apanho as contas de pérolas, tornadas preciosas
a partir de um grão de areia
– em segredo e nos misteriosos pequenos arcos-íris
   das conchas nacaradas,
   no self do sonho e do desejo.
Antes, não fora assim, no âmago erotizado.
Insensata, bem quisera afastar intempéries,
chamar Santa Bárbara para apaziguar trovões
   e apagar relâmpagos, Santa Clara para clarear
as madrugadas sanguinolentas e demoradas.
O Pastor, no entanto, sussurrou-me que era assim mesmo,
somente depois da seara, as intenções estéreis se engravidariam,
céleres e perigosas, e apascentariam as ovelhas da luxúria
nuas depois da tosquia...

Foi então que aprendi e apreendi o mistério
da paciência

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Clevane Pessoa

 
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