POESIA EXPERIMENTAL
por Clemente Padín




EXPOSICION DE POESIA VISUAL BRASILEÑA

Desde el 18 de Enero al 17 de marzo de 2002, el Museo de Arte de México, en Austin, Texas, EEUU, dirigido por Sylvia Orozco, hospedará a la muestra POESIA VISUAL BRASILEÑA, organizada por la artista brasileña Regina Vater, sin duda, uno de los acontecimientos más destacados del año, en el rubro de la poesía experimental. A pesar de que el Brasil es uno de los reductos más importantes de creación de Poesía Visual, hasta hoy nunca se organizó, ni en su país ni en el exterior, una exposición tan completa sobre el tema.

Después de un año de intensa búsqueda, la curadora de la exposición, Regina Vater, artista de carrera internacional y residente en los EEUU desde hace más de veinte años, logró reunir cerca de 53 artistas-poetas de diversos puntos del Brasil: Río de Janeiro, San Pablo, Pernambuco, Bahía, Minas Gerais, Natal, Brasilia, Mato Grosso y Paraíba. El catálogo de la exposición de Poesía Visual Brasileña, programado y editado por la propia curadora, incluirá importantes textos relativos al tema de exposición, cedidos por renombrados profesores americanos y brasileños especializados en literatura y poesía brasileña. Entre ellos Omar Khouri, Augusto de Campos, Wlademir Dias-Pino, Jota Medeiros, Neide Sá, Philadelpho Menezes, Charles Perrone, Claus Cluver y Harry Polkinhorn.
 

Regina Vater también participa como artista del evento y presenta una instalación, en homenage al escritor clásico portugués Camoes, titulada "El Festín de Camoes", en la cual los poetas Affonso Romano de Sant'Anna, Antonio Cícero, Caetano Veloso, Frederico Barbosa, Haroldo de Campos, Manoel de Barros, Olga Savary y Sérgio de Castro Pinto presentan sus poemas. Por su interés, transcribiremos la presentación a cargo de su autora:

"O FESTIM DE CAMÕES"

Esta instalação baseia-se numa história sobre Camões. De acordo com a lenda, Camões, querendo retribuir os favores que devia a certos cortesãos, certo dia decidiu oferecer um banquete. Como era um sem-vintém, pediu emprestado a um amigo rico seu melhor serviço de mesa (pratos, cristais e talheres). No meio da festança, quando os convidados chegaram, encontraram a mesa
já posta. Todos os pratos, porém, estavam virados de boca para baixo. Quando se sentaram à mesa, Camões agradeceu a todos pelo apoio sempre recebido e pediu então que virassem os pratos, pois o banquete iria começar. Debaixo dos pratos, os convidados encontraram um poema escrito
especialmente para cada um pelo anfitrião. Para completar a surpresa, Camões então declarou:
— Pois, pois o banquete está servido... Se vos nutro com poesia, é na esperança de que não me faltem com a comida. Esta instalação, da qual este livro de artista é um complemento, consiste de uma mesa posta para oito convivas. Em cada prato encontra-se impresso um pequeno poema iluminado por um foco direcionado de luz. De prato para prato, lêem-se diferentes poesias da autoria de oito poetas brasileiros, previamente selecionados por mim para participar desta instalação. A mesa de Camões encontra-se sobre um tapete cuja cor se estende sobre a parede do fundo. Nesta parede, lê-se uma sinopse da biografia de Camões. Eu concordo com Heidegger quando ele afirma que a poesia é a mãe da filosofia. Por isso a poesia tem sido uma das principais fontes de inspiração para o meu trabalho. Herdeira, por parte de pai, do DNA de Odorico Mendes, sempre me senti atraída por poetas. Por busca e circunstâncias, conheci e fiz amizades com alguns dos melhores do Brasil. Definitivamente encaro minha obra não como um mero objeto de contemplação, mas como uma mídia onde várias idéias filosóficas interagem. Valendo-me da beleza, quero convidar o espectador a entrar em contato com as questões filosóficas com as quais eu mesma me deparo. Faço isso na esperança de que estas questões inspirem crescimento e desenvolvimento nas sensibilidades e nas consciências dos espectadores, tanto quanto elas a mim afetam."

La muestra en sí misma es rotunda. Realmente, no sólo alberga a casi todos los poetas visuales brasileños destacados de los últimos 50 años sino que, además, están representados con muy buenos trabajos. El montaje en el Museo tiende a destacar las mejores obras de cada autor incluyendo no sólo poemas bidimensionales sino, también, objetos-poemas.

La lista de los participantes incluye poetas de todas la tendencias, desde los concretos históricos como Decio Pignatari, Haroldo de Campos y Wlademir Dias-Pino a los poetas que cultivaron el Poema/Proceso como Neide y Alvaro de Sá, J. Medeiros, Falves Silva, P.J. Ribeiro, Moacy Cirne, Almandrade, Joaquim Branco y otros. También aparecen Avelino de Araujo, Paulo Bruscky, Bené Fonteles, el neoconcretista Hélio Oiticica, Edgar Braga, Ana Aly, Lia do Rio, Hugo Pontes, Tadeu Jungle, André Vallias, Joao Bandeira, Lena Bergstein, Gastao Debreix, Paulo Miranda, Walter Silveira, Glauco Matoso, Christine Mello, Alex Hamburger, Lenora de Barros, Arnaldo Antunes, Millor Fernandes y Sayonara Pinheiro.
 
 

Un capítulo aparte merecen los excelentes textos. Transcribiremos algunos por considerarlos importantes para el pleno conocimiento de las tendencias de la poesía experimental brasileña. Veamos primero cómo se define la Poesía Concreta:

"POESIA CONCRETA é a denominação de uma prática poética, formulada na década de 50, a partir do Brasil e da Suiça, que tem como características básicas: a) a abolição do verso; b) textos "verbivocovisuais", ou seja, organização do poema segundo critérios gráficos que enfatizam a materialidade da palavra, seus valores plásticos e sonoros: poesia para ser vista e ouvida ("for eye and ear"); c) a eliminação ou rarefação dos laços do discurso em prol de uma conexão mais direta entre as palavras ou frases; d) a integração entre verbal e não-verbal, palavra e imagem. Tal prática concentra e radicaliza propostas anteriores que percorreram os movimentos de vanguarda do início do século (futurismo, dadaísmo, simultaneísmo et alia), retomados nos anos 50 com mais rigor construtivista, tendo como grande antececessor o poema espacial de Mallarmé "Un Coup de Dés" (1897)."
 
 

También la clarificadora explicación del Poema/Proceso a cargo de Neide Dias de Sá:

"O Poema/Processo foi um movimento fundado em 1967, aconteceu simultaneamente em vários pontos do Brasil: aqui no Rio, em Natal, no Recifee em Minas. Desenvolveu-se de 1967 até 1972 e chegou a ter a participação de cerca de 250 artistas e poetas. Trata-se de uma exploração planificada das possibilidades encerradas nas cadeias de signos, dando máxima importância à leitura do processo do poema, e não mais à leitura alfabética, verbal e de significantes. O processo atinge assim uma linguagem universal de comunicação. O núcleo de criação do poema reside no seu processo. A criatividade do poeta consiste em propor o desencadeamento crítico de estruturas sempre novas; em cada nova experiência inaugura processos informacionais. Toma como ponto de partida a matriz geradora de séries, desenvolvidas como versões do processo. Nesse momento a vanguarda assume um compromisso consciente e objetivo, em seu campo, contra a imobilidade das estruturas, pela invenção de novos processos. A correlação do processo com o tempo não envolve linearidade. É uma dinâmica do imprevisto. Não há começo e fim, ou seqüência fixa de eventos, pois o processo se desenvolve em diversas direções, abrindo uma quantidade de encadeamentos que se realizam simultaneamente. A transformação, o movimento, ou a participação é que levam a estrutura (matriz) à condição de processo, assim o Poema/Processo cria um novo consumidor/participante /criativo, que deixa de ser um espectador passivo, contemplativo, para tornar-se um explorador das probabilidades do processo, suas soluções operacionais e possibilidades estruturais. No ato do participante/criativo é que o poema se resolve, e não na interpretação ou justificativa. O conceito de bom e ruim é substituído pela opção criativa de cada um. O criador fica livre de veicular processos através de estruturas acabadas. Sua proposta vale como um projeto, cabendo ao consumidor construir sua versão. A grande herança do Poema/Processo é a afirmação que o poema se faz com processos. No Poema/ Processo a crítica estética é substituída pela leiturasemiótica. O Poema/Processo abriu caminho para a pesquisa semiótica, fazendo do signo matéria-prima transformável pela inauguração e novos processos informacionais, ao operar no nível sobre as estruturas, criando novas linguagens. O Poema/Processo é considerado um estranho na arte, mas não no campo dapoética. Mesmo com o encerramento do movimento houve um grande esforço para divulgar sua produção criativa e teórica através de publicações que discutiam exaustivamente suas propostas e conceitos. Até hoje muitos poetas do Nordeste, principalmente do Rio Grande do Norte, criam dentro das propostas do Poema/Processo, qualquer seja o nome que dêem a seus trabalhos: poesia visual, poesia experimental, arte correio, mail-art, etc."
Rio de Janeiro, 14/07/2001

No menos clara es la ponencia de Wlademir Dias-Pino:

"Os poetas do movimento do Poema-Processo (livres do sofisticado do heroísmo) têm a consciência das dificuldades de ser vanguarda e mais do que isso, sabem que ao dissociar a Poesia (estrutura) do Poema (processo), separaram, definitivamente, o que é língua de linguagem dentro da literatura. Diante do uso constante da linguagem todas as línguas passaram a ter um exotismo de dialeto. Poema/processo: a consciência diante de novas linguagens, criando-as, manipulando-as dinamicamente e fundando probabilidades criativas. Dando a máxima importância à leitura do poema (não mais à leitura alfabética), a palavra passa a ser dispensada, atingindo assim uma linguagem universal, embora seja de origem brasileira, desprendida de qualquer regionalismo, pretendendo ser universal não pelo sentido estritamente humanista, mas pelo sentido da funcionalidade. Não se trata, como alguns poderiam pensar, de um combate rígido e gratuito ao signo verbal, mas de uma exploração planificada das possibilidades encerradas em outros signos (não verbais). É bom lembrar que mesmo as estruturas não se traduzem: são codificadas pelos processos que visam a comunicação internacional."

Sin duda lo más polémico es la propuesta de Omar Khouri en relación a cómo nombrar estas modalidades poéticas:
 
 

"DE OLHO NA POESIA"

É consagrada e persistente a idéia de POESIA como a ARTE DA PALAVRA, por excelência, o que não deixa de corresponder à verdade, a uma parte da verdade, digamos. De fato mesmo, a poesia sempre esteve envolvida com outros códigos/outras artes, em alianças mais ou menos explícitas. Com a eclosão dos modernismos e seus desdobramentos, a poesia se assume como arte intersemiótica, invadindo outros campos, casando-se com outros universos, rompendo com quaisquer delimitações, o que, de resto, aconteceu com as outras áreas da criação artística. POESIA E VISUALIDADE: embora a questão não seja nada nova e muita água já tenha rolado desde fins do século passado, provoca discussões acirradas e reprovação por parte daqueles que, verbalistas conservadores (fazedores de versos livres ou não) pensam ser seu território e se julgam no direito de reservar para si o rótulo POETA. (Quem estaria interessado na disputa?) Discussões infrutíferas da fatura (poema). Daí, que a denominação POESIA VISUAL seja insuficiente, porque essa poesia é mais, nem sequer exclui sonoridades! Melhor seria chamá-la POESIA INTERSEMIóTICA INTER/MULTI-MíDIA DA ERA PóS VERSO, pois utiliza vários códigos e meios e já é concebida para ser veiculada do papel ao CD-ROM, passando pelo vídeo. Essa é a poesia que nos últimos vinte e cinco anos vem provando que a experimentação é companheira inseparável do exercício artístico. Retomando a questão POESIA: é poesia toda forma de organização sígnica com certo grau de complexidade que, visando a um fim estético, traz consigo uma carga conceitual, própria do mundo das palavras. É poesia tudo aquilo que o poeta quer que o seja; pelo simples fato de ele ser poeta, suas faturas serão poemas. Voltando à questão POESIA/OLHO: há três formas principais de visualidade na poesia: 1. Aquela evocada pelas palavras (a projeção de uma imagem na retina da mente -"fanopéia", Pound). 2. A emprestada ao poema, necessariamente, pelo registro da escrita. 3. A visualidade que entra como um propósito do fazedor, que explora os recursos da escrita, do desenho, da cor, etc. Ela comparece tanto nos poemas figurativos como nas verdadeiras fusões de códigos. E a poesia que aqui se situa não tem as mais avançadas tecnologias; transita pelos vários meios; poesia aberta às possibilidades-mil do hoje."

Sin duda, acierta en mucho el texto de Omar Khouri, sobre todo, en la decidida defensa del concepto "ampliado" de poesía que no se refugia exclusivamente en la mera verbalidad para volcarse a una expresión total que incluya todas las dimensiones del lenguaje. Claro, el concepto Poesía Visual es insuficiente para definir estas nuevas mosalidades. En nuestro concepto lo mejor sería ir a un nivel genérico superior y englobar estas tendencias en el rubro Poesía Experimental sin excluir, por supuesto, a la Poesía verbal (versificada o no) y menos la posibilidad de utilizar signos de otros lenguajes. El término "Poesia" es decididamente insuficiente puesto que connota a la poesía verbal tradicional. Pero, definir estas formas como Poesía Intersemiótica parece incomprensible pues no existen varias semióticas (para reunirlas bajo el prefijo "inter") sino una sola. Llamarla Poesía Semiótica sería impropio pues esa denominación ya tildó a la tendencia de la poesía espacial de Dias-Pino que Decio Pignatari y Angelo Pinto desarrollaron, posteriormente, hacia 1964. En cuanto a la expresión "Inter/Multi-Media" suena mejor como la llamaba Philadelpho Menezes: Poesía Intersignos, sobre todo después del desarrollo que le aportó la inclusión del soporte Multimedia. También suena muy parecida a la Poesía Intermedia de Dick Higgins, con la cual intentaba definir esa zona marginal entre la poesía y la plástica o la música. Otros comentarios merece la expresión "Post-Verso". Sin duda, se refiere al período inmediatamente posterior al nacimiento oficial de la Poesía Concreta, en 1956, cuya principal característica fue, precisamente, la abolición del verso. Por lo tanto, parece lógico denominar a ese período naciente como "Post-Verso". Sin embargo, la poesía experimental, sobre todo en su dimensión visual, ya existía desde, por lo menos, el siglo III antes de Cristo, con Simias de Rodas et alia... Es decir, la superación del verso y la instauración de una sintaxis "verbivocovisual" no es razón suficiente para que surga la nueva poesía.

Finalmente, la expresión "É poesia tudo aquilo que o poeta quer que o seja; pelo simples fato de ele ser poeta, suas faturas serão poemas", paráfrasis de la declaración del poeta norteamericano Emmett Williams: "Poesía Concreta es lo que escriben los poetas concretos" nos parece poco feliz. Si a un poeta se le ocurre pintar un cuadro, dificilmente le podrá llamar poema (idem si se le ocurriera esculpir un monumento o escribir una melodía). Claro, podrá hacerlo, forzando la razón. Muchas veces, ni aún asumiéndose poeta, un poeta puede decir que sus textos son poéticos y, al contrario, un lego pudiera escribir versos inolvidables. Lo esencial es el instrumento expresivo que se utilice en la creación. Si los elementos propios del lenguaje verbal actúan primordialmente en la creación entonces, estaríamos frente a un texto, que pudiera ser poético o no, de acuerdo a la función del lenguaje que predomine. Nótese que se dice "primordialmente" pues en la expresión poética experimental debe prevalecer, en tanto forma de expresión, el lenguaje verbal en todas y cualquiera de sus dimensiones, incluyendo la dimensión icónica.

Para complementar este breve informe sugerimos acceder al URL: www.imediata.com. Sin duda, una exposición para el recuerdo que quedará por mucho tiempo en la memoria de los amantes de la nueva poesía que recomendamos muy sinceramente.
 
 

LA POESIA EXPERIMENTAL LATINOAMERICANA 1950 - 2000:
http://boek861.netfirms.com

EN LAS AVANZADAS DEL ARTE LATINOAMERICANO:
http://escaner.cl/netart/padin1.html

LA POESIA ES LA POESIA:
http://www.literaturadigital.com/Gratuito/gratuiPoeUruguay.htm

SIGNOGRAPHIC & TEXTS:
http://www.concentric.net/~Lndb/padin/lcppro.htm

ART & PEOPLE:
http://www.thing.net/~grist/l&d/padinl.htm

PAZ=PAN:
http://pan-paz.crosses.net
 

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