COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 6 - 21/10/2006
(próxima:
6/11/2006)

          

Felicidade, Amor e Fantasias

Enquanto voava em direção ao Rio de Janeiro e como muitas vezes aconteceu aproveitei para deixar que meus pensamentos corressem velozmente fazendo uma regressão em toda a minha vida. O vôo agradável e estável faz com que sejam mais fascinantes as recordações e os sonhos em direção ao futuro. E dessa vez além dos contrastes evidentes havia minha gratidão maior pela vida e compreensão plena de sua generosidade.

Lembrei-me também que por isso mesmo a minha responsabilidade era muito grande e quase se me deparou aos olhos certa passagem do evangelho que há muito não lia, mas me lembrava os tempos de minha adolescência.

Estava chegando ao Rio, e podia ver os recortes de minha cidade, entendia plenamente o que significava o beijo ao solo da terra que amamos. Aproveitava para enaltecer o criador do ser humano que fora capaz de elaborar até a individualidade dos pensamentos em seus detalhes, o que sempre admirei plenamente: Privacidade que pode existir nos sentimentos e em tudo que o cérebro cria.

Fechei os olhos por um momento lembrando-me que chegava ao Rio para um grade evento literário importante para mim e que muitas outras vezes viera por motivos tristes como a morte de meu pai e então pedi que ele me protegesse aproveitando para recordar muitos momentos afetivos, a doçura de seus gestos e a segurança que encontrava em sua presença.Também imaginei que ele estava a meu lado no seu jeito característico e sorrindo plenamente pelas minhas realizações. E eu lhe agradecia docemente.

Tudo parecia suave e cheio de paz, meu coração aquecido e nada do que eu passara de negativo se comparava a tantas misérias que o mundo impõe. Era isso que ele me ensinara durante toda a minha vida e era assim que eu pretendia continuar a viver, tentando aperfeiçoar cada um de meus traços de personalidade. Sabia o quanto de força eu precisaria para isso, mas tentaria, pelo menos tentaria. Tinha consciência de minhas grandes imperfeições, mas era para isso que estava aqui nesse planeta Para redimir ao máximo os meus erros.

Agradecia o momento que eu estava vivendo, a realização de sonhos sobrevoando minha existência desde pequenina, a vontade indomável de escrever, a angústia quando não podia fazê-lo na hora exata, a compulsividade de passar para o papel todo o universo, natureza, sentimentos, dores, alegrias e o ser humano que eu admirava tanto.

Sabia que não merecia tantas alegrias, mas a munificência de um ser poderoso estava acima de tudo e me doara plenamente a alegria que transbordava em meu coração. Sendo assim eu ia vivê-la em sua plenitude e curtir o carinho da família, a compreensão dos amigos, a ternura das pessoas à minha volta e a concretização de meus sonhos. Libertava minha alma, o riso pleno, a luminosidade refletindo meu coração encantado naquele trecho do caminho.

E quando o avião aterrissou, continuei sentada, enquanto os outros passageiros se levantavam pressurosos e eu procurava imaginar o que cada um deles esperava da vida. Se eram felizes ou determinados, sonhadores ou objetivos e novamente minha imaginação navegou em fantasias longínqüas e fascinantes esperando que se cumprisse o principal objetivo da vida: felicidade e amor para todos.

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