Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambos de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Blog: <http://www.chrish.weblogger.terra.com.br>. Página pessoal no Orkut : <http://www.orkut.com/profile.aspx?uid=3958990305271197129>

Coluna 22 - 2 ª quinzena de julho
próxima coluna: 08/08

Comemora-se no Orkut, e com muita animação, os 10 anos do Portal Blocos. Quem quiser participar, e já for filiado ao Orkut, é só dirigir-se à comunidade Blocos Online. Venha e traga seu carinho real para esta festa virtual.

Animação e bom-humor também não faltam na comunidade Trovadores Noturnos. Acompanhem as novas trovinhas... Ainda sobre Poesia, trazemos o reflexivo “Castigo” (baseado em fatos reais), do poeta e grande sonetista Jenario de Fátima .

A novidade que introduzimos, a partir desta edição, são os Highlights de entrevistas do Café Filosófico “Das Quatro” . Começamos por alguns dos depoimentos do Físico, Matemático e Cosmologista Ernesto Von Rückert .

Destacamos ainda do CF4 , “O Corte” - um conto de Jorgeana Braga, do tópico ‘Artigos e Crônicas de sua autoria' .

Bons rasantes orkulturais e até à próxima quinzena!



C O M U N I D A D E S

Rabiscos
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6813887

Poesia no Orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=6570112

Poetárium
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=16780591

 

P O E M A S   D A   Q U I N Z E N A

Castigo

Debaixo do viaduto Ayrton Senna
Dormiam sempre um bando de mendigos.
Naquele amontoado dava pena,
ver todos procurando algum abrigo.

Talvez por não gostar daquela cena,
ou sentir-se culpado(...cá me digo!)
O governo de ação vil e pequena
Mandou plantar urtigas de castigo.

Assim o problema se resolvia
Mendigos?!(se falavam!...)pouco importa!
Importava era o verde que crescia.

Ali passando agora me comovo.
Vejo naquelas plantas cores mortas!
-As cores do abandono de um povo!-

Jenario de Fátima


O Poeta 11/07/2006 05:17

O poeta nos arrebata,
quase sempre nos encanta,
outras vezes nos mata,
outras ainda, nos espanta.

O poeta nos fere com a chibata,
mas também acaricia-nos,
com sua mão santa.

O poeta nos maltrata,
mas também nos acalanta,
o poeta às vezes chora,
outras vezes o poeta canta.

O poeta grita, implora,
algumas vezes o poeta demora,
outras simplesmente aqui, agora.

O poeta que tanto nos fala,
este poeta às vezes cala,
silêncio profundo da alma,
e então o poeta é calma,

Calma Poeta! Calma!

Nilson Ruas


D E S TA Q U E S   D A   "T R O V A D O R E S   N O T U R N O S“

03/05/2006 18:26
Sinto saudades da infância
Quando a lua era só minha.
Hoje só vejo a distância
Do inverno que se avizinha.

Melk  - MICTMR

03/05/2006 20:07
Um amor perfeito pede
um coração bem sereno,
mas nenhuma régua mede
a paixão de meu moreno.

Henriette Effenberger


04/05/2006 05:33
O que há de mais funesto
para a própria consciência?
Ser corrupto e desonesto
por prática ou conivência!

Diógenes Pereira

05/05/2006 06:50
Em mim, imagino ter,
Um tal feitiço qualquer.
A bruxa só pode ser...
A mãe da minha mulher.

Claudemir Faryj

 


H I G H L I G H T

[ De entrevista no Café Filosófico “Das Quatro”]

29/01/2006 09:23
Meu interesse por artes, em especial o desenho e a pintura, vêm da minha infância, quando eu rabiscava páginas e páginas de rascunhos com desenhos de tudo. Meus cadernos escolares eram ornados com inúmeras figuras, chegando ao ponto de merecer repreensão da professora. Em casa, sempre ouvi música clássica e comecei a estudar piano com nove anos. Estudei até os doze. Depois os estudos do ginásio me tomavam todo o tempo (porque eu era o protótipo do "caxias") e tive que parar. A poesia começou quando eu me apaixonei de verdade (tirando os amores infantís) por uma colega de faculdade. Como eu lia muito (umas quatro horas por dia, de tudo que aparecesse), achei que conseguiria escrever também e, então, comecei. Quando rompemos, me desfiz desses primeiros trabalhos.

Esse pendor para as artes e humanidades faz realmente uma grande diferença em meu modo de ver a ciência (física e matemática), que é a minha área de trabalho acadêmica. A visão que se tem é a de que a ciência, em verdade, é uma obra intelectual do homem, eivada, inclusive, de vaidades, que procura dar uma descrição do comportamento da natureza calcada nos conceitos abstratos que o homem cria. Força e Energia, por exemplo, não existem na natureza. São conceitos criados para explicar o mundo. Outros conceitos alternativos poderiam ter sido usados. É importante se ter essa visão.
Outro aspecto é o de procurar ver na ciência o belo, não só a beleza própria da natureza, mas construir modelos que a expliquem nos quais a qualidade estética faça parte integrante.

 

29/01/2006 09:37
O ensino superior no Brasil tem qualidades e defeitos. Sem dúvida a democratização do acesso à faculdade é benéfica para os indivíduos e para o país como um todo, nem que seja pelo fato de se ter um povo mais esclarecido e questionador.

Mas essa mesma democratização trouxe o mal da queda de qualidade. O maior problema que eu vejo é na formção de professores para o ensino básico, que saem das licenciaturas, em geral, com pouco preparo. São eles que respondem pela qualidade da massa de jovens que buscam acesso ao terceiro grau, sem base suficiente. Enquanto persistir o baixo nível salarial do magistério, a profissão de professor não vai ser atrativa para as melhores cabeças, que têm capacidade para cursar medicina, direito ou engenharia. Há aí uma inversão de valores. Um professor precisa ganhar tão bem como, na média, um médico, um engenheiro ou um advogado. Isso tem que ser uma decisão estratégica de governo, como ocorreu no Japão e na Coréia.

Há que se achar um modo de carrear recursos das mais variadas fontes para as universidades públicas e reverter o coorporativismo de classe do magistério superior, para permitir a elas remunerar de modo diferencial os professores em função de sua competência e produtividade. Assim as licenciaturas poderão se reerguer e, a partir delas, em médio prazo (7 a 15 anos), melhorar a qualidade do professorado da educação básica. Então chegaremos, em 2050, ao nível da Coréia hoje.

Ernesto Von Rückert

[Físico, Matemático e Cosmologista]

 

 

O   Q U E   V O C Ê   E S T Á   L E N D O?

08/07/2006 05:01
Memorial de Maria Moura

Maria Andrade


É 10/07/2006 20:14
A publicidade é um cadáver que nos sorri

Marilu Pimenta

 

O   Q U E   V O C Ê   E N C O N T R O U   N O   O R K U T?

13/06/2006 10:10
Encontrei novos amigos e muitas comunidades super legais como esta!!!

Lilian Hori

Filhos ensinam aos pais.... 15/06/2006 12:33

Entrei no Orkut da mesma maneira que Maria Cristina entrou, foi minha filha que me colocou no orkut. Colocou mesmo, porque já tinha feito vários convites e eu não aceitava e nem queria participar. Ela entrou com o meu nome, convidou todos os amigos dela, para fazerem parte da "minha turma" de amigos. E levei o maior susto quando abri meu e-mail e tinham várias mensagens enviadas do Orkut dizendo que me aceitavam como amiga. Só aí fiquei sabendo da minha inclusão no ORKUT.

Não me passou pela cabeça que pudesse gostar tanto. Aqui encontrei antigos amigos de escola, amigos de profissão; alunos, que foram viver sua vida em outros lugares.
Como tudo na vida, o Orkut tem seu lado bom e ruim. Sempre tem alguém se fazendo de engraçadinho, desrespeitando a liberdade que o orkut proporciona. Mas os pontos positivos são em maior número que negativos.

Julia Cristina Araújo Barroso

 


CONTO

O Corte
Jorgeana Braga

Meu rosto estava partido, mas o mundo era o espelho. Colhia fragmentos do mais extenso desabonamento, a angústia habitava as mínimas idolatrias, os restículos de sonho, a celebração do absurdo, as palavras de sonâmbula... Ela via no desenho pesado do olho de Kur a vasta coloração de um harém, a possibilidade de resumir o oriente com a ponta adocicada do seio.

Estava de volta ao círculo da cega; a noite da faustina parecia isolada, apontava em cada ser uma ilha de abusos secretos, transmutados em pulseiras, colares ou vestidos amorfos.

Ali, a maioria das pessoas delineadas de forma bastante convencional, não acariciam o espanto. Sentem nojo, param à visão da película fina do grotesco...

Quando a vi estava tão bêbada que mal ficava de pé, os olhos fora de órbita, pavorosamente enevoados, algo no olho apontando a insanidade do presente, da materialidade, sentia a lua quente pesar sobre sua cabeça, e era o filete insignificante da luz lunar que batizava seus olhos me fazendo crer que algo oriundo de um passado remoto, antes da existência de qualquer ser, recaía bem ali, no nervo exposto da embriaguez; um meteoro fantasma. Quando a vi pender para o lado mais escuro da faustina, quando a vi tremer de alegria entre as ratazanas, precisei erguê-la e ver seu rosto cintilando uma cicatriz feia, ela vomitava minha roupa, meus pés, minhas mãos... e assim, umbralina, alimentava a ancestralidade do inferno.

Sacudi seu corpo, sua cabeça, apertei sua nuca, o gosto acre do vômito me fazia sentir repulsa, queria vomitá-la antes que eu me tornasse o véu de maya, mas era seu vômito que descia até mim, viscoso, humano, vidente, empurrei-a. Não era pele o que via, mas uma película intrínseca aos olhos, ela pedia, de língua para fora, a transcendência do corpo pelo escopo. Depositava pedaços de mim nesse corpo; resto de unha roída, cílios caídos, pequenas fatias de cabelo, coágulos de sangue seco e até gotículas de catarro, saliva, lágrimas, suor, raspa de dentes...

O grotesco gerava nossos filhos sem sombra numa maternidade lida às avessas. O arrepio materno na face escancarada encorpava vultos do passado num devir constante de miséria, ela os trazia reunidos no gesto que abortava os anônimos aos milhares. A noite da faustina derramava-se e a silenciosa entrada na matéria expandia-se.

DICAS E EVENTOS ORKULTURAIS

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