Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora

lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atual
COLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
Nº 19 - 23/09/2009
(próxima: 23/10/2009)

A ALMA


ENCONTRO ESCONDIDO DE DEUS

A grande bola de plástico, com fatias de várias cores, roda ao sabor do vento sobre a piscina...
Sentada em frente à varanda de minha casa, fico contemplando os objetos coloridos sobre a água cheia de folhas miúdas, e sementes que o vento colheu e atirou sobre a piscina...
Vargem Grande é uma "Vargem" rodeada de montanhas.  Minha amiga portuguesa, Amalia, disse muito certo: — Parece Sintra...
Quando a grande bola rola, parece que está desenrolando aspectos de minha vida... fico olhando esse "filme" vivo que um dia continuará "passando" para aqueles que o contemplarão sem compreenderem nada... os cachorros, os pássaros acostumados com o jardim...
Não quero minha Alma se deliciando com as paisagens do Himalaya, os rios da Índia, o Deserto do Tamil Nadu, o aconchego das florestas à volta dos templos perto de Madurai...
Quero minha Alma voltada para dentro de si mesma, porque pela porta do meu peito, com estrondo, se apresenta o Universo Material e Espiritual.
Não quero minha Alma vivendo aos "pedaços" diante da Matéria incerta... quero a certeza de que a Estrada das Galáxias, na sua infinitude, é a Verdade para minha Alma.
— Qual Verdade?  Que Verdade? O sentimento de entrega, de abandono preenchido pela Divindade.
São amputadas as asas invisíveis e a Alma é sabedora de Tudo, está em Tudo e não precisa se locomover. Tudo está na Alma e a Alma está em Tudo.
Na Terra, a Alma desejou um amor "Alma Gêmea" que se associasse completamente à ela.
Quando a Alma fizer parte do Universo, quando a sua matéria for a mesma do Universo, quando os desígnos do Universo  forem os mesmos seus, quando as sensações de ganho, perda, companhia, solidão não existirem mais, então talvez a Alma sorrateiramente se escape de Deus e vá ao encontro de seu amado, usufruir escondida o Cosmos com ele, como em nenhum momento ela o fez com o seu amado sobre a Terra.

 

flor de lótusflor de lótusflor de lótus

A ALMA

O que é a Morte?
Um espírito vaga sobre a Terra, fantasiado de Alma.
Na "visão" da alma, tudo é restrito. O espírito reencarnado sente-se atraído por este ou aquele país; tem horror a sangue; sente acessos de melancolia, provocados por acontecimentos deixados na "outra vida" sem solução satisfatoria, Ao mesmo tempo, anseia por encontrar alguém ou "coisa" que lhe completará algo que também deixou sem lhe satisfazer completamente.
A Alma é uma eterna pergunta. Divisando ali um aspecto religioso que a atraía nas Igrejas, nas Seções Espiritas, a Alma se lança a estes lugares, esperando uma solução para sua inquietude e insatisfação.
A resposta é sempre a mesma: — procure em si própria, vá a um psiquiatra...
Dentro da Alma, está o Templo em que ela poderá ter as respostas e orientações — sem medo, enfrentando as soluções psíquicas: — "Isto é uma consequência do que te ocorreu na infância"..... etc. etc.
Também encontra respostas para amores desencontrados, que fracassam, quando nos colocamos tanto nesse amor para equilibrar nossa vida. E não venham com explicções, como: —"Na encarnação passada,você abandonou cruelmente alguém... agora sofra o que fizeste outro sofrer"... O sofrimento está na Lei do Espaço.  Mesmo que o amor de agora lhe seja fiel (e a Alma a ele), você, a Alma, pelas afinidades e construção espiritual próprias, viverá, na fidelidade, os intervalos que muitas vezes farão a Alma chorar, porque a constituição da Alma precisa se ajustar à Perfeição Divina, e responder à Deus...
Exigimos respostas perfeitas à vida reencarnada, mas, até em uma provação física, a Alma tem poder para responder a si mesma..... e essa resposta tem que ser procurada por ela, porque nessa resposta vem a Vida que a Alma necessita... e só ter certeza de que a Alma está na plataforma de uma "gare", aguardando a chegada da composição que a levará à Pátria certa, essa "espera" já é a própria "chegada", porque é a natureza da Alma, e, já, a sua própria Vida Ganha.

 

flor de lótusflor de lótusflor de lótus


ASPECTOS DA CRIAÇÃO

A Alma pode usufruir quando desejar de vários aspectos da criação.
O aspecto do domínio dos vegetais, transcedental no que os olhos humanos não podem vislumbrar, é um Oceano maravilhoso no qual podemos sentir o "sabor" da substância em nosso ser, sem que seja obrigatoriamente pela "boca".
Nesse reino de vibrações entre os vegetais, a Alma é um "sentido" só; toda ela ouve, sente, saboreia, cheira...
Depois, a Alma usufrui a sensação de que "tomou um banho" e "recém banhada" ela mantém o gozo da vibração por algum tempo.
O impacto de "limpeza" na Alma torna seu "ambiente" propício para receber as vibrações de Aspectos Santificados; e os Aspectos Santificados, nesse "estojo de limpeza", vibram-na grandemente, tornando possivel uma Graça Divina necessária no momento para a Alma ou para quem a solicitou.

flor de lótusflor de lótusflor de lótus


ALMA DO CASTELO

As ruÍnas são o Passado da Alma Terra.    
Os vestigios arqueológicos são a Verdade da Terra.     

Mas, as ruínas, são o que restou da Vida do Homem, na Terra.
As catacumbas, os túmulos vazios, são evidências da morte,
mas, os Castelos, foram suas vidas!    
A construção do Castelo deu-se em um período de Esperança do seu proprietário
e a existência no Castelo foi o Diário de sua sobrevivência.

E de toda a história da Vida de um homem,
restaram as paredes,
os muros, as escadas de pedras...

O Sol ofusca com seus raios, nos países frios, com sua presença gélida,
os escombros de várias vidas...    

Nos países dos desertos,
as areias dançam sobre as ruínas,
ao capricho dos ventos quentes....
As ruínas, nos países dos desertos, não são muros nem paredes,
mas restos colados ao chão, como maxilares desdentados.    

Os templos abandonados do Egito estão sustentados pela pedra,
cada vez mais delapidada pela areia impulsionada pelo vento...

                       E a respiração do homem, sempre fresca,                       
                       no lugar da palpitação do coração apodrecido pela morte,    
                       rodeará o Planeta com o vento até quando o Universo,                                          
                                                            imenso,                                        
                                        responder sempre pela Vida.

Colunas anteriores:
01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11,12, 13, 14, 15, 16, 17, 18   

Coluna de Clarisse de Oliveira