COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 35 - 21/2/2008
(próxima: 6/3)

          

Leila Miccolis (*)

Quando entrei na internet acabava de fechar minha empresa, um curso de línguas que eu tinha montado e dirigido durante dez anos. Fechava não porque não tivesse dado certo, muito pelo contrário. Tínhamos 1000 horas-aula por mês e um movimento que me fazia trabalhar das oito da manhã às dez da noite sem trégua. Acabei sofrendo um stress além de que, para cumprir meu sonho de escrever, entrava pela madrugada adentro.
Nessa época tinha escrito o livro Laura e artigos, crônicas, poemas textos para jornais mas na verdade ainda não tinha publicado meu livro. E desconfiada se gostaria ou não, fiz minha caminhada na internet, mas sem muita certeza de nada.
Tinha saído de casa muitíssimo cedo, cumprido muitas peripécias para realizar os meus sonhos, trabalhado e estudado incessantemente, dado à luz a duas lindas meninas, cooperado na área de publicidade e escrito desde os seis anos de idade com total compulsividade.
Conheci Leila Miccolis depois de ter descoberto o site Blocos Online e ficado totalmente apaixonada por ele. Navegava ali, querendo mergulhar cada vez mais fundo mas tinha dúvidas se os escritores que dirigiam o site me dariam alguma oportunidade. Foi assim que escrevi a primeira vez para lá e meu texto foi publicado no dia seguinte. 
Fiquei encantada porque aquele site era o próprio sonho quando eu mergulhava em suas páginas. Continuei a escrever e notei como Leila Miccolis, a co-editora da importante página era gentil e amiga. Sentia-me como se eu estivesse chegando num lugar estranho, hostil, por vezes e encontrasse alguém a me dar as mãos puxando-me da correnteza e orientando-me carinhosamente.
Não que a internet jamais tenha sido aterrorizante, mas agora depois de nove anos de trabalho, reconheço que é muito mais fácil e prazeroso quando encontramos alguém tão amigo, extraordinariamente talentosa e competente como um verdadeiro leme.
Dias depois, muito perto do carnaval, ela me deu uma dica para elaborar um texto sobre essa extraordinária festa folclórica e me senti estimulada quando o colocou no ar no mesmo dia e comentou no e-mail que gostava do meu modo de escrever.
Leila Miccolis une admirável arte e capacidade literária à humanidade, sensibilidade, carinho, nobreza não comuns no mundo de hoje e muito menos quando se chega a esse estágio de reconhecimento. No entanto é absolutamente sincera, jamais mascarando o que quer dizer e num misto de energia e doçura que encantam.
Aprendi muito com essa amiga tão especial, culta e dedicada, inteligente e compreensiva, sempre com uma palavra de apoio e ternura. E jamais nem que eu viva muitos e muitos anos esquecerei tudo que me transmitiu e nada que eu faça poderá retribuir o valor de seu calor humano e receptividade quando eu ainda engatinhava na internet.
E se consegui realizar boa parte de meus sonhos aqui devo à compreensão, confiabilidade e oportunidade que essa fabulosa e carismática mulher me concedeu. Seria impossível dizer tudo que gostaria e que transbordou de lições imprevisíveis, apoio profundo resultando em amizade plena e admiração consistente pela querida e impressionante figura de Leila. 
Aqui está meu depoimento que há muito tempo quisera fazer e que se conservava bem dentro do meu coração, mas claro que as palavras por mais riqueza que eu queira imprimir não chegam nem de longe a retratar com exatidão uma personalidade como Leila Miccolis, sua fascinante presença profissional e pessoal, um talento genial que eu tive a inominável sorte de acompanhar de perto nesses últimos nove preciosos anos.


(*) Leila Miccolis é poeta, escritora de cinema, teatro, TV e Mestre em Teoria Literária pela UFRJ

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