Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades: http://chrisherrmann.blogspot.com

Coluna 41 - 1ª quinzena de maio
próxima coluna: 24/5

“HIGHLIGHTS“ DO CF4

A edição desta quinzena traz um haicai de Rosangela e postagens de Durval Castro, Ernesto Von Rückert, Gustavo (Guielli), Neto Frota, Reginaldo Gama, Rogerio Tomazella e Teresa Mavignier no debate “Que é Razão”, da comunidade Café Filosófico “Das Quatro“ (CF4).

Nos “vemos” na próxima coluna. Boas leituras!

 

* * *


O vento lá fora,
dentro, suspiros de amor
é tempo de outono...

Rosangela Jacinto


* * *

Tópico: Que é razão?

Da comunidade: Café Filosófico Das Quatro (CF4)

Durval Castro
20 Abr
Que é razão?
Discutimos muito sobre razão x emoção x intuição. Afinal, o que é razão?
Um chute inicial: razão é intuição socialmente compartilhada.
Que tal?


Gustavo(Guielli)
20 Abr
Talvez sim Durval, pois pela base filósofica de Marline Chauiu, em os vários sentidos da Palavra"razão"ela se classifica de diversas formas e conceitos, portanto, em razão objetiva (a realidade é racional em si mesma) e em razão subjetiva (a razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos). A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento ou a realidade é racional; a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e da ação é racional. Para muitos filósofos, a Filosofia é o momento do encontro, do acordo e da harmonia entre as duas razões ou racionalidades...inserindo este conceito na sua frase poderiamos afirmar que a intuição é o conjunto de conhecimentos próprios adquiridos ao largo das múltiplas experiências do Ser, que lhe aflora à mente espontaneamente, é um procedimento individual, portanto se encaixaria no conceito da razão subjetiva. 


Teresa Mavignier
20 Abr
racionalidade e razão
Durval e Gustavo: que postagens instigantes!
Vocês estão cercando conceitualmente a "razão" de forma a ultrapassar a "racionalidade" ocidental.
Será reabilitada a razão como uma via de conhecimento efetivo no nosso projeto filosófico? (Essa é a resistência dos neomodernos).
A racionalidade ocidental fundada pelos gregos e retomada pelos iluministas para nos libertar do medieval mundo assombrado por demônios, essa racionalidade que instala a Modernidade não teve o êxito que pretendia. (Assim pensam os pós-modernos, ao desmascarar as "aparências libertárias" da racionalidade.)
Mas há os que acreditam que a razão moderna, em sua essência, sequer chegou a termo.
Que foi desvirtuada no caminho, por questões não tão estritamente filosóficas, mas que é um projeto que vale a pena ser retomado.
Pelo menos vale a pena ser refletido, como vocês dois estão fazendo de forma tão criativa.


Reginaldo Gama
20 Abr
razão
ao colocar no google a palavra, tem-se como resultado inicial 25.500.000 ítens para pesquisa...
Desde "razão social", até os mais diferentes conceitos sobre a palavra.
Mas a sua colocação inicial me reportou à uma frase que repetíamos nos tempos de ginásio, nas aulas de francês " o coração tem razões que a propria razão desconhece"Pascal. 


Rogerio Tomazella
20 Abr
razão é quando a maioria pensa igual. 


Neto Frota
20 Abr
Bom senso. 


Teresa Mavignier
21 Abr
Reginaldo. Como você interpreta a afirmação do Pascal?
Será que há fronteiras intransponíveis para o entendimento da sensibilidade?
É possível que a nossa sensibilidade identifique alguns aspectos de uma pessoa, e estabeleça com ela uma conexão que a nossa razão não consegue localizar?
Seria a gênese dos sentimentos?


Durval Castro
21 Abr
A argumentação é como um mapa!
O que nos permite perceber algo como verdadeiro é uma intuição, uma luz que se acende em nossa mente. Acho que Descartes foi muito feliz ao notar e dizer isso. Para chegar a esse estado a mente deve seguir um certo caminho, a partir do estado intelectula e emocional em que se encontre. Toda argumentação é como um mapa que conduz a mente pelos caminhos da intuição. 


Durval Castro
21 Abr
Através da razão o conhecimento é compartilhado
Quando um grupo de pessoas precisa chegar a um acordo, reunem-se e cada ponto de vista apresenta sua razão. Dessa maneira cada um pode colocar-se no lugar do outro e julgar. Nem sempre o acordo vem logo mas há uma aproximação, uma disposição para entender.
Dia + logos = Através da razão

 

Reginaldo Gama
21 Abr
resposta, sem querer ter razão
como interpreto a afirmação de Pascal: O coração tem razões que a própria razão desconhece: Se ele conhecesse Freud e pudesse desvendar os elementos do inconsciente talves a resposta seria mais objetiva, pois o inconsciente, mar imenso e imerso, de mecanismos de resposta a infinitos estímulos, nem sempre iguais e muitas vezes muito semelhantes, faz com que essas razões, incógnitas de maneira consciente, sejam claras no universo submerso, muitas vezes carreadas de estereótipos, que cegos, não conseguimos distinguir.
Barreiras intransponíveis para o entendimento da sensibilidade? Quando se fala de sensibilidade, as maiores barreiras parecem ser criadas por bloqueios de expressão. Em outras situações a sensibilidade como elemento aferente é bloqueada por conceitos e preconceitos que inviabilizam o sentir de maneira pura, tal qual o anósmico numa loja de perfumes.
é possível....: Isso é um fato.A experimentação de vínculos com pessoas com características, como descreve, é elemento comum na nossa existência. tem gente que até casa por conta disso, rsssss.
A gênese do sentimento: razão e sentimento parecem em alguns pontos antagônicos, em outros, complementares, mas a gênese do sentir estar fundada na razão????????,  

 

Teresa Mavignier
22 Abr
Perdão, Reginaldo, mas eu acho que me expressei mal. É justamente o contrário o que estou refletindo:

A gênese do sentimento fundamentada na conexão que a nossa sensibilidade estabelece com a outra pessoa, até mesmo à revelia da razão.

 

Durval Castro
22 Abr
Pascal
Reginaldo e Teresa

Essa frase do Pascal é realmente muito interessante. Meu pensamento linear e simplificador de engenheiro interpreta a coisa da seguinte maneira:

1) O fundamento do nosso ser é chamado por Pascal de "coração". Mais tarde os psicanalistas deram a isso o nome de inconsciente. As funções fundamentais, básicas, da nossa mente são inconscientes. A analogia com o coração é muito legal pois o controle do coração é inconsciente e é fundamental para todo nosso organismo.

2) O pensamento através de representações simbólicas, que inclui a linguagem e a razão, é uma função importante mas periférica, ou seja, seu funcionamento é suportado por funções inconscientes e mais básicas. Várias experiências comprovam isso, entre as quais o fenômeno da racionalização, etc.

A psicanálise deu tratamento científico a essa estratificação da mente mas ela era conhecida há mais tempo, até pelos antigos. Os artistas sempre perceberam e exploraram isso muito bem.

 

Teresa Mavignier
22 Abr
Os limites da razão subjetiva

Durval, há até pouco tempo atrás, eu também equacionava a razão subjetiva dessa mesma forma.
Os conteúdos do inconsciente pesquisados por Freud (como lembrou o Reginaldo) respondem por grande parte das motivações que movem nosso comportamento.
Assim sendo, como propõe Freud, analisar esses conteúdos, muitas vezes reprimidos, utilizando “a potencialidade da razão” seria um bom investimento na nossa liberdade individual.

No entanto, surgem alguns questionamentos.
Analisar paciente e profundamente os conteúdos do inconsciente pode até nos permitir conhecer melhor os nossos sentimentos. Mas não nos permite neutralizá-los. Mesmo submetendo-os ao domínio da razão.
(E, no meu entender, o que conseguimos submeter ao domínio da razão é, no máximo, o nosso comportamento).

Isso revela que a atuação da razão nesse sentido é bem limitada.
Isso me faz supor que a conexão que os sentimentos estabelecem está situada numa instância que a razão não alcança, por mais análise que se faça.

 

Durval Castro
22 Abr
Teresa
Sem dúvida.

A razão é menos que o coração. O menor não pode compreender o maior.

Reconhecendo nossas limitações, vamos permanecer nos nossos limites.

Como dizia Wittgenstein, sobre o que não se pode falar é melhor calar.

 

Durval Castro
22 Abr
Mas podemos dar uma esticadinha...
Mesmo reconhecendo limites, podemos sempre esticá-los um pouquinho.

Fenômenos que estavam além da compreensão humana foram explicados graças a novas construções intelectuais. A ciência faz isso diariamente.  

 

Reginaldo Gama
24 Abr
conexão
Teresa:
conexão interpessoal à despeito da razão.
Poderíamos chamar romanticamente de "amor à primeira vista". Uma atração inquestionavelmente forte e que os limites racionais colocariam o sujeito à mercê dos desejos e sensações, sem questionar os elementos racionais que poderíam nortear a "conexão".
No entanto existe uma classe de bivalvos, que liberam um hormônio na água do mar, atraindo o parceiro há quilometros. Será que não existem ferormônios que interfeririam nessa conduta de modo que a assertiva acima seria apenas um elemento fisiológico não totalmente esclarecido?
Nas outras relações sociais, onde se busca consenso ou concordância com uma idéia, a biologia tem mais elementos, vide neurolinguística, etc.
Apesar de tudo isso, ainda creio que o sentir prescede a razão. O ser humano é volvido em muitas qualidades mas a de sentir, norteia muitos de seus caracteres.
Chamam de nomes diversos mas ao final está o elemento Sentir como determinante de condutas nas mais variadas situações do cotidiano.  

 

Reginaldo Gama
24 Abr
razão subjetiva
Limites da razão:
Durval e Teresa, vcs são ótimos!
Quando vemos um pensador que de ciências exatas, volveu-se ao teológico, que nós podemos trazê-lo proximo ao discípulo de Charcot, é muito interessante. Que Freud era também alguém voltado ao conhecimento da neurologia, voltar seu trabalho ao sentir, ao buscar no interior do ser a energia do inconsciente, de investigá-lo, rastreá-lo, mostrando aos seus sucessores uma ampla escola sobre os incomensuráveis elementos do sentir, divididos em tópicos, como quem está habituado à topografia das neuro estruturas, encaminhar os trilhos da neuro-emoção, em aspectos sindrômicos e esteriotipados, tornando uma nova linguagem àqueles que nela se embrenham.
Acho que não há um limite para essa busca da razão subjetiva, pois a cada neuro-estímulo, haverá uma resposta baseada nos meandros das estruturas emocionais não axo-dendríticas mas baseados em fenomenos sensoriais que diagramam caminhos metódicos no trânsito cérebro-comportamental.

 

Ernesto von Rückert
24 Abr
A razão da razão.
Esta está sendo uma das discussões mais interessantes que tenho presenciado. A questão razão, intuição, emoção, sentimento, intelecto, raciocínio, são facetas da atividade mental que, na realidade é um todo. Ao desenvolver-se ao longo da evolução, o sistema nervoso, especialmente o cérebro dos primatas superiores como nós, estruturou-se anatômica e funcionalmente para garantir o máximo sucesso para a sobrevivência do organismo e da espécie. Assim, dois aspectos aparentemente antagônicos se desenvolveram. A consciência, atividade mental superior, parece exigir racionalidade nas tomadas de decisão do organismo em resposta aos estímulos do mundo exterior. Mas o mundo inconsciente é extremamente mais vasto. Enquanto o ego está tendo consciência de certas atividades mentais, o id trabalha febrilmente várias escalas de grandeza a mais, em volume e velocidade. E o que é apresentado à consideração da consciência é o que as profundezas do inconsciente decidiu e pede para a razão arranjar argumentos convincentes para apoiar. Então aquilo que podemos chamar de razão, isto é, racionalidade, ou seja, proposições alicerçadas em argumentos lógicos válidos e convincentes, calcados em premissas comprovadamente verdadeiras: aquilo que podemos considerar como fruto de um raciocínio sereno e desapaixonado (alguns diriam "frio"), na verdade pode ser apenas uma encenação interna para justificar aquilo que o inconsciente e a intuição já escolheram. Mas, para a vida social, é preciso que as motivações das ações sejam justificadas de modo aceitavel por todos. Então é preciso que sejam racionalizadas. E, quer me parecer, este pode ter sido o motivo para a evolução ter dado ao homem a capacidade da razão. E também o motivo para que se considere a racionalidade como um valor superior no julgamento dos procedimentos. Isto é, a noção de que deve-se rejeitar tudo que seja irracional. Haveria como validar uma intuição? Mas em muitos assuntos (como no amor) seria a razão melhor conselheira que a intuição?  

 

Ernesto von Rückert
24 Abr
A ciência e a intuição.
E a intuição não é também um valioso instrumento de trabalho mental para a busca científica da verdade? Muitas vezes se supõe que a ciência seja um construto intelectual racional e que o método científico rejeita a contribuição da intuição, do sentimento e da emoção. Na verdade o denominado "método científico", bem descrito por Popper, é um conjunto de procedimentos que permitem validar ou invalidar uma explicação científica que tenha o caráter de falseabilidade. Mas não há método estabelecido para a busca das hipóteses a serem cientificamente testadas. A ciência não existiria sem a intuição dos cientistas. Aliás é essa intuição, aquele "feeling" que faz a diferença entre um grande cientista e um simples operário da ciência. Não há regras e nem tratados sobre a intuição (exceto livros chamados de "auto-ajuda" que pretendem desenvolver a intuição). Mas é possível desenvolvê-la e a tradição oriental é mais voltada para esse aspecto do que o ocidente. Como disse António Damásio, não há razão sem emoção. O cortex cerebral superior não funciona se não se apoiar no sistema límbico e em todas as estruturas mentais de nossos cérebros ancestrais até o nível reptiliano. Em suma, (isto pode parecer demasiadamente crú), mas o que o meu cérebro, na mais profunda e fundamental motivação, sempre procura em tudo o que eu faço, por mais nobre e elevado que seja, é preservar minha vida e a vida da minha espécie, ou seja, comida e sexo. Que o debate prossiga, pois ainda tenho muito o que aprender.  

 

Neto Frota
24 Abr
Razão como ordem social
Antes de desenvolver minha reflexão gostaria de dizer a Teresa que adorei seus comentários. A princípio, nos apoiamos na razão para legitimar nossas ações dentro da sociedade (só há razão entre duas ou mais pessoas), estabelecendo a ética e a moral, a dignidade, e uma série de outros valores fundamentais para a conduta humana, social. A razão também é usada para interpretar os fenômenos da natureza (âmbito científico), tratando-se assim, de uma abordagem lógica, operações intelectuais, uma forma de se raciocinar objetivamente. Então, concluei-se que a razão é antes de tudo um fato de ordem social.

Meu amigo prof. Ernesto pergunta - Haveria alguma forma de se validar a intuição? Sim, o ceticismo científico declara como válido o 'feeling' dos cientistas, mas penso que no momento do processo de racionalização a essência da percepção é perdida. 

 

Neto Frota
24 Abr
Ciência do sentir
Não podemos viver sem a razão, por mais que se argumente, ela não deixa de ser um elemento indispensável para o estabelecimento da harmonia entre as relações sociais. Mas é preciso refletir sobre seus limites, pois pode não haver respostas suficientes para a infinitude da vida, principalmente se o que se espera é uma verdade racional. Pelo contrário, a verdade é burra. 'O homem é uma errata pensante'. A 'lógica' dos poetas pode se traduzir num tipo de ciência do sentir e muito do que pode ser exposto em racíocinio (discutido) nos dias de hoje já podiam, e eram sentidos há muito tempo atrás. Assim como na poesia, não se deve somente ler as entrelinhas, é preciso sentir a vida para melhor entendê-la. Descartar esta possibilidade é encurtar horizontes, é limitar a si mesmo.  
 

Neto Frota
24 Abr
Razão e coração / Realidade e ficção
Einstein costumava dizer que a 'imaginação é mais importante que o conhecimento'. O universo fictício apresenta riquezas infinitas, e podem parecer tão reais e profundas que são capazes de instrumentalizar a própria realidade. O coração, a providência de Pascal, parece de algum modo sempre predominar sobre a razão. Podemos observar esta relação no poema 'Autopsicografia' de Fernando Pessoa:

"O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração." 

 

Durval Castro
24 Abr
Razão: a embalagem do sentimento
Será que a razão é a embalagem dos sentimentos?

Cultivamos a noção de que nossas decisões são guiadas pela razão mas talvez, como bem disse nosso caro mestre Ernesto, a razão venha apenas justificar o que nossos sentimentos e impulsos já decidiram, e às vezes até já fizeram.

Mesmo sendo apenas a embalagem, a razão é um instrumento fundamental para a convivência social. Parece pouco? A própria ciência pode ser vista como uma forma de convivência social. Talvez possamos ir mais longe e afirmar que aquilo que entendemos por humanidade é uma forma de convivência social...

Que acham?

 

Teresa Mavignier
24 Abr
Bilhões de neurônios trabalhando com o objetivo de legitimar instintos?
Para uma melhor aceitação social?

Na nossa sociedade atual, comida e sexo são oferecidos na primeira esquina.
Não é necessário viajarmos às profundezas do inconsciente para isso.

(Desculpem-me, mas não vou conseguir ver assim nunca.)

O que vejo que pode estar situado nas profundezas do inconsciente é algo verdadeiramente transgressor e que não interessa à uma sociedade de consumo como a nossa, e por isso permanece submerso: sentimentos de supremo afeto.

Como nós (primatas um pouco mais evoluídos) chegamos até essa necessidade? ... eu ainda não compreendi.

Mas certamente os milhares de anos de civilização e o estágio de perfeição que alcançamos através de produções elaboradas pela Arte (que as outras espécies vivas não alcançaram) nos permite tangenciar conteúdos profundos e intensos dos quais eu tenho realmente fome, e sem os quais eu não poderia existir.

 

Durval Castro
25 Abr
Metáforas do instinto e razão
Uma magnífica metáfora da relação entre instinto e razão é a história de Don Giovanni (D. Juan) e seu criado Leporello, eternizada na obra de Mozart e Da Ponte. Nessa metáfora, cabeàrazão opapel de criado. O instinto também não éo senhor absoluto, uma vezque o próprio Don Giovanni acaba submetido a um poder maior.  
 

Reginaldo Gama
26 Abr
esse assunto tá bom demais...
O tempo fez sairmos do arquencéfalo, onde podemos ter como representante, nosso primeiro par de nervos cranianos, nervos olfatórios ( vide animais e o faro, como também a propriedade que esse nervo tem de nos reportar em milésimos de segundo a memórias recônditas no passado de fatos e pessoas, identificáveis por um "cheiro") , até o neoencéfalo, com uma córtex bem desenvolvida, com relações intercelulares, que mostram uma fisiologia muito complexa de estímulos e neurotransmissores, onde uma mesma célula poderá se relacionar com outras com mediadores diferentes.Isso nos propricia uma gama imensa de possibilidade de utilização do nosso cérebro.
Mas onde sedia o instinto?
Talves as brilhantes mentes que investem com neurorressonâncias dinâmicas possam mostrar modificações durante o processo de pensar e "intuir".
Mas apesar de pensar sobre esse prisma em alguns momentos, ao percorrer o corredor do Louvre eu acredito que a Teresa está certa:"Mas certamente os milhares de anos de civilização e o estágio de perfeição que alcançamos através de produções elaboradas pela Arte (que as outras espécies vivas não alcançaram) nos permite tangenciar conteúdos profundos e intensos dos quais eu tenho realmente fome, e sem os quais eu não poderia existir."
Essa fome não é só sua, ela vem arraigada em cada um de nós que estamos buscando crescer e poder se locupletar do belo na arte em suas mais diversas manifestações, bem como, debruçar sobre os periódicos e aprender sobre os avanços da nossa arte (trabalho), e por fim poder estar aqui, compartilhando com pessoas reais , racionais e sensíveis num crescer , num evoluir, sem querer dominar o conhecimento e o ponto final da questão, mas de inferir um pouco de nossa experiência e talves até do desejo de fomentar o debate que nos incrementará de conhecimentos que alimentam a nossa vida. Grato a cada um de vcs por isso.

  

Teresa Mavignier
26 Abr
Isso tem “cheiro” de Proust...
Muito interessante, Reginaldo: "... a propriedade que esse nervo tem de nos reportar em milésimos de segundo a memórias recônditas no passado de fatos e pessoas, identificáveis por um 'cheiro'".
“Mais, quand d'un passé ancien rien ne subsiste, après la mort des êtres, après la destruction des choses, seules, plus frêles mais plus vivaces, plus immatérielles, plus persistantes, plus fidèles, l'odeur et la saveur restent encore longtemps, comme des âmes, à se rappeler, à attendre, à espérer, sur la ruine de tout le reste, à porter sans fléchir, sur leur gouttelette presque impalpable, l'édifice immense du souvenir.” (Marcel Proust)
“Mas quando nada mais resta de um passado remoto, depois da morte dos seres, depois da destruição das coisas, sozinhos e fragilizados, porém mais vivos, mais imateriais, mais persistentes, mais fiéis, o cheiro e o sabor permanecem ainda por muito tempo, como almas, na expectativa, recordando, esperando, sobre as ruínas de todo o resto, e contendo sem esmorecer, em sua gotícula quase impalpável, o imenso edifício da memória.”

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