Culto aos mistérios do passado
na vivência do mundo de agora

lembranças da encarnação no Sul da Índia (como Tamul Nadu) com reflexões místicas sobre sua vida atual
COLUNA QUINZENAL DE CLARISSE DE OLIVEIRA
autora do livro “Mistérios” (Ed. Europa)
Nº 38 - 23/4/2011
(próxima: 23/5/2011)

PRECES, MISTÉRIOS E GUERREIROS


A PRECE

Não vamos chegar diante da Imagem, e dizermos:
— Te imploro, paz para o meu espírito que está atormentado...
O deus, o santo, te pergunta:
— Em que gaveta, aonde, guardaste a paz dos deuses e dos santos — para eu t´a conceder agora?
— Senhor, senhora, não sei... só sei que preciso dela agora.
— A Paz, a tua Paz, é concessão nossa — Deus cria os homens com NOSSA Paz.
     Tens que te fundires em nossa consistência, para sentires a Paz.
     Como dar-te a Paz se não tens um receptáculo que possa acolhê-la?
     Eu sou um deus, sou um santo, minha casa está em ordem, na tua casa existe uma desordem tão grande que nada localizas.
     Põem-te em ordem — e então, vem, estende teu receptáculo e eu colocarei a Paz que te pertence, até o ponto onde cresceste para recebê-la.


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A PRECE DENTRO DE NÓS

A Prece de dentro de nós, o nosso pedido de socorro aos deuses e santos tem que levar com ela, a Prece, uma parte verídica de nós.
A parte verídica é Deus.
Talvez seja, essa parte verídica, a Maat, a Verdade, a que os Faraós tinham que se dirigir logo pela manhã e servir o resto do dia, no Antigo Egito.
A Prece Verídica é uma parte de nós com a Essência de Deus.
A Prece Verídica deve ser uma reposição em Deus. Só Deus realiza n'Ele e por Ele Mesmo.
Para que exista a realização Divina, há o julgamento de Anubis, pois tudo é sujeito à Divindade.
Assim, um pedido nosso é julgado de acordo com nosso merecimento, e o que nossa Veracidade e Sinceridade fizerem parte de Deus.
A Inocência pode ter merecimento, porque a Inocência acredita no que suplica e não tem o estorvo de práticas racionais por outros interesses.
A Prece deve vir de dentro de nós, porque, fazendo parte de Deus, como nós somos parte Divina, é reconhecida por Deus, julgada em todo seu peso por Anubis, aquele que ajusta a Balança do Julgamento, pondo e repondo todos os atos reconhecidos e interiores do Existir.


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O MISTÉRIO

Perante Deus devemos ser covardes ou impetuosos?"
Como "não conhecemos Deus", oramos em pensamento para Ele, nos apegando a vários motivos que podem ser "vias" para Ele.
Como existe o Mistério da Natureza Divina para o humano, em segundos já estamos pensando diferentemente daquele momento em que nos dirigimos à Ele.
As consequências da vida nos transformam e não existe o Verdadeiro de Nós, nem por um milésimo de segundo.
Assim, entre dois amantes humanos, um não conhece verdadeiramente o outro... se os acontecimentos da vida os separam, eles têm a sensação de que algo era "o mesmo" de um para o outro, mas, "esse" é o mistério... jamais conseguirão identificar  "o mesmo" entre um e outro.
Jamais conseguiremos identificar "O Mesmo" entre Deus e Nós.
Entre os humanos, jamais conseguiremos identificar "o que é exatamente" o mesmo entre um "amante" e "outro" — e isso é o que mais almejamos, na esperança de que havendo esse "mesmo", um não precisará se separar do outro, "pois são dois em um".
O Humano ainda não percebeu que é exatamente essa desigualdade que mantém a Existência, pois não há parada, mas sim o "Infinito" que, por incrível que pareça, é o que nos satisfaz, pois é a Esperança sem a identificação do Homem — e o Homem não precisa de identificação, mas apenas, de Viver, e de como Viver.
E para quê Viver?
Para Ser... Para Ser sempre aquilo que ainda não conseguiu saber sobre si mesmo e essa ambição de autoconhecimento é a maior paixão, o Amor que não esmorece...

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A LUZ

A Luz é o Mistério de Deus.
Por quê a Inteligência não tem capacidade de compreender a Luz?
Um Imenso Coração palpita nos recônditos do Universo. E nessa caverna, quem chega lá?
A Palpitação do Imenso Coração sentimos no nosso pequeno coração e nos animais que os homens trucidam para se alimentarem de sua carne.
O Ser iluminado perde-se para a Divindade.
Uma borboleta pode se iluminar?
O poder de Deus é inescrutável, e se Ele desfizer a borboleta e desmanchá-la na Divindade, Ele, Deus, tem Sua razão para isso, e a borboleta também.
Se eu me iluminar, apenas recobro — e eu e a borboleta somos iguais.
Não somos melhor, nem superiores ou inferiores que a borboleta; existe a Balança de Anubis, que pesa nossa consciência no julgamento na nossa morte; e a consciência que pode ter seus pedaços semelhantes à mosca varejera e pedaços de poesia iluminada, é aproveitada no possóvel, para a encarnação de uma vida na Terra, encarnação essa em acordo com o melhor e o pior que ela apresentou no julgamento.
Invisível, mas sensível, está a Luz Divina, o mais próximo de nós como a Carne Cristica, que sentimos seu sangue em nossos sofrimentos.
Nos templos em Roma, as Vestais zelavam por uma Luz que não podia se extinguir.
Se, por acaso, a Luz se apagava, a Vestal responsavel, era enterrada viva.
A Luz e a Vida eram equivalentes.
Deus pode ser o Fiel dos pratos da Balança que equivalem à Vida.
A Luz é o Mistério.
"Vaticano" vem de "Vaticinio", que era o trabalho das sacerdotisas, das Vestais, que além de zelarem pela Luz Sagrada, também "vaticinavam, ´prediziam", para o povo que as consultava. O Vaticano foi construído sobre as ruínas de um templo: o "das que Vaticinavam".
O ritual católico zela pelas cerimônias que louvam incessantemente o Sagrado de Deus, como nos templos que abrigavam a Memória Divina; tanto, que o celibato dos padres não deixa lugar para outra coisa a não ser o louvor incessante à Deus, porque antes de tudo, está este louvor incessante; e todas as ações dos padres católicos têm que manter este objetivo de, antes de tudo, manter a mente focada em Deus.

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OS ARCANOS SÃO GUERREIROS

Por quê vestem os Arcanjos de Guerreiros?
No Mont Saint Michel, a estátua em bronze do Arcanjo São Miguel, o apresenta como um guerreiro medieval, com armadura de metal completa, brandindo uma espada.
Falam muito na corte de Amor dos Servidores de Deus; mas, então por quê são guerreiros?
"Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo" — primeiro mandamento dos dez apresentados por Moisés como recebidos diretamente de Deus no Monte Sinai.
A trajetória de uma Alma, Espírito, Mônada, tem que ter Amor.
Pergunto eu: sentimos ser amados?
O Socorro Divino, a Luz, nos conforta. A Luz despertada por nós, como uma estrela cujas pontas nos entornam, nos enchem plenamente de Luz, até onde, no Espaço sem fim, despertamos o pronlogamento dessa Luz.
Mas, o Amor?
A Luz Divina é Amor?
Qual o Retorno do Amor?
O homem se isola, cruelmente, se compensando com a Luz, que realmente é eficiente, porque, iluminando, desperta a Divindade e a Divindade nos liberta de tudo, nos recompensando com a própria Divindade; assim, não nos ilude e mata nossa fome de Deus.
A Luz nos transforma, não somos os mesmos humanos, quando iluminados. Outras são nossas compensações, como se o Mundo se revirasse no Espaço, modificando aparentemente tudo o que então conhecíamos.
Carne de Deus, filhos de Deus, somos outra espécie.
Um Guerreiro venceu a maior batalha: que é a de si mesmo.

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