COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 79 - 21/1/2010
(próxima: 6/2/2010)

          

Fé, Única Certeza do Amanhã

O fim de 2009 e começo de 2010 foram cercado de tragédias e nelas vivemos, pedindo forças para todas as famílias que estavam sofrendo dolorosamente não só com as enchentes do nosso país como também com o desespero do terremoto que trucidou milhões de pessoas no Haiti e arrasou um País, deixando marcas da fome e do sofrimento que perduram até hoje.

Fim de ano triste porque como podíamos realmente sentir alegrias intrínsecas quando sabíamos que seres humanos, nossos irmãos de caminhada estavam sofrendo desesperadamente e perdendo seus entes queridos sem que pudessem fazer nada além de procurar em escombros sinais de vida?

Não existe palavra capaz de classificar o tormento e a desesperança da tragédia acontecida este ano no Haiti e realmente ficamos estarrecidos diante de tamanho desespero e de olhos bem abertos, paralisados pelo horror perguntávamos; Isso é verdade?

Claro que tudo que puder chegar lá de ajuda humanitária já minora um pouco tanta fome e penúria, mas nada retirará da imaginação desse povo as horas que passaram com milhares de pessoas abatidas por esse fenômeno trucidante que destrói populações indefesas. E a fome e o sofrimento indo ao ponto máximo ao ver corpos ali apagados e sem que se possa dar nem ao menos um enterro digno?

E ainda falamos e nos desesperamos por coisas tão fúteis e somos capazes de nos aborrecer com uma pequena contrariedade porque tudo não saiu como planejávamos!

Nada existe pior que uma vida ceifada, a tortura de perdemos tão drasticamente nossos entes queridos e de sermos ineficazes num momento tão amargo de nossas existências!

Esperemos que esse povo haitiano tão valente possa ao menos reerguer sua cidade, ter forças para sobrepujar o sofrimento apesar das marcas profundas que ficarão em suas memórias e em seus corações.

Agora com a globalização e a tecnologia vemos tudo no momento exato de sua concepção e deveria ser um exemplo tantos momentos de dor para que compreendamos o quanto somos finitos e frágeis.

Pena que quando a ampulheta do tempo for passando, esqueçamos de sobrepujar orgulho, luta pelo poder ou qualquer sentimento mesquinho para curtimos a vida no que ela oferece de mais salutar e maravilhoso.

O Haiti está aí sofrendo, chorando, procurando algo que possa matar sua sede ou sua fome e de imediato é nisso que eles precisam pensar agora. Crianças, velhos ou jovens com a marca de desespero no rosto, os olhos vazios de incompreensão, sem poder atinar porque acontecem tantos e tão grandes desgraças. E grande parte da população sem família, sem amigos e sem entender porque nascemos e enfrentamos tanta dor...

Solidariedade é o que podemos oferecer em nossas lágrimas inacabadas esperando que o mundo se una mais estreitamente porque o sofrimento atinge a todos seja hoje ou amanhã e a fé é a única sensação universal que pode nos dar forças para continuar, apesar de todos os reveses que acometem os povos de toda a humanidade.

Lágrimas descem dos olhos de todos nós e na solidariedade desse momento pedimos que conservem em nossos corações a fé que nada pode suprir.

Haitianos, estamos com vocês, chorando, sofrendo e procurando sempre uma explicação que jamais aparecerá, mas com a fé que nos reerguerá, apesar da tragédia que nos abateu a todos indiscriminadamente. Fé... Muita fé para todos nós e para os que nos sucederem nesse mundo de desastres inesperados. Fé! Precisamos dela!

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