"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

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Coluna nº 38, de 15/10
(próxima: 19/11)

1. Olho interrogativo. O inseto voador atravessa minha sala. Um estranho no ninho. É segunda-feira de agosto. Quase que perguntei ao inseto: posso fazer alguma coisa por você?

2. MUTÁVEL ESTRUTURA
    vivi por instinto
    de ser humano
    temendo ser extinto.
        - Marcelo Marques, paulista, Técnico de Desenho e Comunicação. Está no Poetrix antologia.

3. 1999 - agosto 29 (domingo) - "minudências" - Dalila Teles Veras: Campinas, Rosana Chrispim, a poeta entre um bordeaux branco, bobó de camarão, salada de feijão fradinho e (re)memórias. No sincreismo da cultura gatronômica, amizade e cumplicidade literária (re)visitadas.

4. No Chile, ainda hoje, a presença de Gabriela Mistral. Ruas, praças ou escolas com o nome da poeta chilena. Ainda hoje, no Brasil, a presença de Tom Jobim. Não sei ainda se há muitas praças, ruas ou escolas com seu nome.

5. Há poucos dias me telefonou alguém pedindo que, falando daqui de longe do Sul de Minas, eu dissesse, em BLOCOS, uma frase sobre o mar. Nada mais simples do que dizer: o mar é bonito". Outra coisa, já estive várias vezes diante do mar, completamente fascinado. Para esse que me telefonou, aconselho uma marinha de Panchetti. Meu grande medo, confesso, é o sério compromisso que o mar tem com os náufragos".

6. A falar a verdade, ela sabia defender-se. As brigas, na escola, eram de pouca duração. Até me disseram que era amada por todos os colegas.

7. GRITOS E GRIFOS
    O sangue em minhas veias
    lateja forte
    nas minhas têmporas
    enquanto grito
    sem ser notado.
    As palavras que solto
    são apenas escritos
    versos escravos
    saídos da furosa tormenta
    passados em folhas revistas
    para serem cantados.
    Mas
    nem sempre todo avesso
    é diferente.
    Continuo palpitante
    enquanto grito
    o meu grito no futuro
    sou presente.
            Said Oliveira (Belo Horizonte - MG)

8. Será que a vida seria a mesma, melhor ou pior, se não houvessem lágrias? *** "A grama desenha o verde. / A árvore desenha o céu"... Amilcar de Castro.

9. De longe, da janela do meu quarto, no Hotel onde eu estava, olhei o rio e me pareceu enorme placa de vidro, iluminada pela lua.

10. a rua deserta
    não procures muita coisa
    o aroma do banho recente
    a louca vontade de viver
    e o homem morto na calçada
    com os copos na mão,
    sentados, ali, na calçada.
          - Augusto Siron Pedra

11. "Ferreira Gullar: 'O poema, quando é feito, deve mudar alguma coisa, nem que seja apenas o próprio poeta'. Leio, e a pergunta é inevitável: o que mudei com toda essa avalanche de poemas escritas e, prática de hoje, falados: Mudei eu, um tanto, um pouco, cresci. É o que também percebo nos poetas mais chegados, e aí está confirmada, parcialmente, a opinião do poeta. Alívio!" - Márcia Leite /APPERJ (Deleites nº 24, junho 2006, início do Editorial).

12. Noite. Lua branquinha. Leio um poema de Mario de Andrade. Um avião ronda a cidade. Passa do sul para o norte. Num banco do jardim um homem fuma cachimbo e me lembro de Gabriel Nascente (Goiânia/GO). "Ficar só é bom. Morro de pena dos que não sofrem".
    

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