"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

CLIQUE AQUI PARA ACESSAR O ÍNDICE ONOMÁSTICO, COM AUTORES CITADOS EM COLUNAS ANTERIORES

Coluna nº 42, de 15/3
(próxima: 15/4)

1. UM LÁPIS COMUM... nas mãos de muita gente se gasta rapidamente. No entanto, tem dureza e capacidade de traçar uma linha reta de 55 quilômetros em extensão. Bem entendido, se existisse papel desta extensão e alguém paciente que se dispusesse a traçar tal linha. (O Cometa nº 03, julho/agosto 1961).

2. desagravo o boteco da palavra       des
    ligo essa falácia   despejo a gar
    rafa       forte é cio é incêndio é
    filho          viver é uma cachaça
          - Paulinho Assunção

3. Nesses últimos dias, aqui em Varginha, os temporais que ameaçam têm, de repente, mudado de rumo. Fico olhando daqui da minha janela o rapaz do barzinho fechar as portas.

4. Nada melhor do que a música para preencher os momentos de ociosidade. Meu avô costumava dizer que a música é companhia para tudo. "Música sobre o deserto e música sobre o mal, música sobre o silêncio." Música nos bares, nos restaurantes, nos clubes sociais, nos teatros, em festas, recepções, aniversários, música nos realejos; nos shows em casas noturnas ou em praças públicas. Romeu Galvão adora música e tem discoteca de dar inveja. Manoel, meu irmão, sonha música diariamente. Umberto Vetore escuta música até no escritório. E Paulo Francis acha que o mal de alguns escritores e de muita gente provêm de não ouvirem música.

5. Folheando meu índice
    não consigo saber
    em que página estou.
          - Nailor Jr.

6. Os cabelos de Dôia eram longos como samambaias. Sua irmã trouxe gravações que Dôia ouvia à tarde, no toca-fitas. Nelas, ouvia barulhos de sua casa, o pigarro do pai, com o canto do sabiá ao fundo. Disse Roberto Drummond que, nessas gravações, às vezes, a mãe cantava e os irmãos mandavam recados para Dôia. Na casa da família de Dôia tinha uma cadela chamada Laika.

7. Hoje, quinta feira (escrevo numa 5ª feira) a tarde está um tanto cansativa. Não há vento, não há cantos de passarinhos, nem sol, somente nuvens mais ou menos escuras. Todavia, creio que não choverá. Krug Pilard checa e comenta que a vida pode ser vista em fatias. Acaba me dizendo que não pretende ir a lua. Eu também não.

8. Dentro de uma brasília dee 1993, disse o seu Chico que viu passar um homem narigudo, de chamar a atenção. Nesse momento, lembrei-me do narigudo talentoso: Juca Chaves, que tem um "senhor" nariz". Falando a respeito de Juca Chaves, José Cândido de Carvalho contou que na fronteira da Itália com a Áustria, "o nariz falava alemão e a boca ainda conversava em italiano". Segundo esse famoso escritor, "a conversa de Juca é uma festa encantada". Ele anda sumido.

9. Como quem exorcisa
    rosto livro luares perfil
    e demora a acomodar-se
    Apenas o sol no horizonte
    e a tua palma da mão
    no tronco da árvore.
          - Augusto Siron Pedra

10. Sempre escutei dizer que o Brasil é o "País do Carnaval". Disseram-me que o inventor dessa frase foi um amigo de Paulo Francis. José Luis Dutra de Toledo, professor e cronista de Ribeirão Preto/SP, já falecido, disse numa crônica que O Brasil é o "País do Futebol". Pra mim, é de ambos: carnaval e futebol. Pelo que tenho visto, já está começando a ser da cerveja também.

11. Ultimamente entre os meus medos, todo mundo tem seus medos, coloquei o medo da ironia do ignorante.

12 . No mais, o mundo de muita gente à noite não passa da televisão.

Arquivo de crônicas anteriores:
00, 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20 , 21, 22, 23, 24 , 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41

« Voltar