Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades: http://chrisherrmann.blogspot.com

 Coluna 78 - 1ª quinzena de fevereiro
(atualizações: todo dia 8 e 24 de cada mês)

SÉRIE HOMENAGENS – LENISE MARQUES

Nesta série trazemos escritores que têm ou tiveram passagem pelo Orkut, menos ou mais conhecidos, mas que através de seus escritos trouxeram aos seus leitores encantamento, respostas ou novas perguntas. 

A homenageada da quinzena é a Gaúcha Lenise Marques – Poeta que vem encantando a todos em verso, prosa e imagens. Carinhosa, ela também prestigia poetas célebres ou não, mas que tem algo muito profundo a passar.

Lenise Marques – Biografia

Lenise Marques é natural de Quarai (RS) e reside atualmente em Jaraguá do Sul (SC).
É formada em Engenharia Elétrica pela PUC de Porto Alegre e trabalha com projetos elétricos industriais.
É leitora voraz desde que aprendeu a ler e escritora há pouco tempo.
Observadora da natureza e do comportamento humano tira dessas observações matéria prima para seus contos, crônicas e principalmente poesias
Participou da Antologia "Poetas pela Paz e Justiça Social" de 2007 e seus trabalhos completos podem ser encontrados em
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=16399

Lenise Marques – 3 Poemas

Roda Poesia

Caminha a vida apressada.
Entre um poema e outro,
trabalhar, comer, dormir.
No concreto duro da calçada
batem os saltos dos sapatos.
Entre uma rima e outra,
luzes passam - automóveis,
bate a chuva na sombrinha,
cada pingo - versos móveis.
Cada imagem simetria.
Roda som, luz , movimento!
Tudo gira - poesia!

 

Samurai

Zuimmm!
Corta a sala o olhar!
Docemente cruel!

Lampeja na escura íris
o brilho das estrelas metálicas
da lâmina samurai.

O olho afiado rompe
a roupa, a carne, o sangue
deixando a alma nua,
rendida! Misericórdia!

E em um looping mergulha
no aço do olho prateado
o meu pobre olhar subjugado:
definitivamente kamikaze!

 

O fruto

Agora temos pudor de nossos corpos
e com panos cobrimos a nudez.
Mas Mestre! É saboroso o fruto
da árvore do conhecimento!
Por ele, morrer mil mortes!
Por ele, arar o campo!
Por ele, suar o rosto!

Por causa dele fechaste-nos
as portas de teu paraíso.
Lançaste-nos ao mundo:
mais uma entre tuas criaturas.

Apenas mais um animal...
Mas o único que conhece
o gosto do fruto
...Pai!

 

Crônicas poético-filosóficas

Nesta série trazemos as melhores crônicas poético-filosóficas extraídas das comunidades " Orkultural " , " Café Filosófico das Quatro " e " Sociedade dos Pássaros-Poeta " .

Autoconhecimento

Silvio José Pilon

Considerar o mundo à luz da alma. Talvez seja a única tarefa da vida, pois é mesmo propor-se árdua missão. E uma missão que nos leve a olhar para dentro, estando numa relação com um Tu, não escolhido, mas imposto. Sem argumento.

Há de se banir toda grã calma, qualquer sossego. Ou resfôlego. Não há fôlego neste missar, sendo eu mesmo carrasco e cordeiro, altar e madeiro. Mas e quando o coração, por sua pura razão, vive uma grande paixão? Aí, então, dobram-se os cuidados, o olhar, a atenção. Nos porões do eu, escuros e obscuros, surpresamos o inexorável, acobertado pelo meu eu, seu véu - limpar o esterco, fétido e revelho, mas que sou eu. Como Héracles, limpando as cavalariças de Áugias, rei. Que o mito descreve o outro lado do eu, onde me vejo rei, é cruel verdade. É imperioso limpar o que é a sombra do rei, seu estrume, o eu negro e negado, desconhecido pelo próprio eu-rei. Não era eu soberano de toda a grei?

É sábio o que nos ensina antiga sabedoria, exegese da vida, revés da barbaria - 'Ad augusta per angusta", "Pelo inferno à sacra grei". Pois só serei, quando não mais for rei. Se, aceitando a ironia, tornar-me escravo. E também o palhaço. Como diz a canção, "lamber o chão dos palácios". Só conhecerei o verdadeiro rei, se descobrir, atônito, não ser o dono, mas condônimo.

Vemos o mal, mas fora de nós. Julgamos terrível toda a história, mas a história ausente de nós. Faz-se mister ver o Mal lá dentro, no mais recôndito do ser. É dentro que é gerada a escória. E a possibilidade de realmente Ser.

Conhecer a si mesmo, é tarefa a poucos destinada, àqueles que, como loucos, buscam Algo maior, desafiam lida e vida para encontrar o melhor, a pérola rara, a pedra filosofal, enfim, o Graal. É o Tu imposto, meu verdadeiro Eu.

O mundo sempre errará a esmo, todos o mesmo, não ousando a loucura, copiando o mundo errático e ermo. Só os loucos herdarão o verdadeiro Eu.



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