"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

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Coluna nº 45, de 15/6/2008
(próxima: 15/7)

1. Eu ainda gosto do Capitólio. Da música que era tocada no Cine Teatro Capitólio. Do muito antigo Capitólio Da sinuca do bar Capitólio. Da Rádio Clube de Varginha, em cima do bar Capitólio. Das moças que enfeitavam o Capitólio. Dos papos no Ponto Chic, Capitólio e bar Recreio. Uma imensa saudade do Capitólio do romântico e gostoso Capitólio, que o tempo levou, que não existe mais.

2. Leatrice Moellmann é natural de Florianópolis (SC). Ela é membro da Academia Catarinense de Letras e de inúmeras outras. É formada em Direito e Mestre em Literatura Brasileira (UNB/UFSC). "Cansada de tropeços e de dores,/ Eu resolvi banalizar a ética,/ Subverter a noção aritmética/ E dividir para somar amores...".

3. Peguei um manual de sono prematuro. A teoria dos rios que correm. Radiojornalismo das voluptuosas noites de lua cheia. A era de reiventar as lágrimas e a aridez sufocante. O sol bateu na minha janela em que não tinham colocado as trancas. Juntos passaram pela travessa da hora publicitária o abade e a abadessa. Chegou o tempo de planejarmos os verbos.

4. Será que as pessoas inteligentes são cabeçudas? Pelo menos Ruy Barbosa era. Sebastião Nunes, de Sabará, escreveu que Ruy, quando era pequeno, atendia pelo apelido de Zinho e "vivia dando cabeçadas nas portas, nas janelas, nas paredes e até nas árvores dos caminhos".

5. INDIFERENÇA

    Na boca da noite
    o vento flexível
    do esquecimento
    frio e indiferente
    aos guerreiros
    levados pela fome
    como o malabarismo
    das pedras, sempre
    no mesmo lugar.

    Almandrade

6.  Como disse Alceu Amoroso Lima: "O sorriso é a grande arma do mineiro".      

7. Em 1963, li Sartre pela primeira vez. "O ser e o Nada" — pouca coisa captei. Sartre afirmou que era um tratado de ética. Sobre a ética o que sabia era o que havia lido em Aristóteles. Assim que dispor de mais tempo releio "O Ser e o Nada", pensei. Não reli. Todo mundo lia Sartre e comentava o filósofo. Lembro-me que Sartre mostrou grande repulsa pelos dadaístas. Havia muito de dessacralizador no meio "dada". Sobre Duchamp, especialmente, não sei o que Sartre pensava.

8. Em termos musicais, o que é bom para os EUA, é bom para nós brasileiros?

9. O diálogo de Lobão. As metades dividas por Sartre. A gestão ambiental lida e vista por Claudius Ceccon. A crítica literária do jornalista Marcello Rollemberg. O ponto de articulação de Joaquim Branco. "Excesso de acessos (AMOR)".

10. BAGAGEM

     Na mão
     esquerda
     as regras
     E na mão
     direita
     as armas
     Para seguir
     tenho as pernas
     — que para
     fugir
     me bastam

     Urani Souza, do livro "Traço Contínuo", edições Trote (RJ).

11. Então o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial em 1943. Eu cursava a 2ª série ginasial nos Maristas.

12 . E o tempo continua operando mudanças fortíssimas no panorama e na vida de Varginha. A igreja da matriz antiga já não existe mais. O Capitólio já não existe mais. O trem de ferro já não é mais uma marca da cidade. Os irmãos maristas já não moram mais aqui. O telefone das ruas, na maioria, é o celular.

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