Bárbara Bandeira Benevento 
Carioca,  psicóloga, solteira, 27 anos, trabalhou com deficientes visuais, é sobrinha-bisneta do poeta  Manuel Bandeira.
Leia também seu blog, no endereço: <http://www.amorracional.blogger.com.br>.  Na foto, nossa colunista com Sacha.

  Coluna 128

"Quando se é capaz de lutar por animais, também se é capaz de se  lutar por crianças ou idosos.
Não há bons ou maus combates, existe somente o horror ao sofrimento aplicado aos mais fracos, que não podem se defender".
Brigitte Bardot


Olá queridos leitores,

Hoje trago uma matéria sobre alimentação vegetariana, sempre com o intuito de continuar defendendo a vida animal. Leiam a entrevista, com atenção. Quem sabe vocês não se animam a aderir?

Até a próxima.


Vegetarianismo
(Fonte: http://www.mundodosanimais.com)


Perguntas e Respostas:

1 Porquê o vegetarianismo?

O vegetarianismo ético (que é aquele que se aborda neste Web site) é uma conseqüência direta da filosofia dos direitos dos animais. Ao reconhecermos que os animais têm o direito a não sofrer injustificadamente, e ao reconhecer que está nas nossas mãos, a cada vez que nos alimentamos, contribuir para a diminuição desse sofrimento, o vegetarianismo ético aparece naturalmente como uma escolha pessoal que leva alguém a abdicar do consumo de produtos animais.

2 O que é o vegetarianismo? Qual é a diferença entre vegetarianismo e veganismo?

O vegetarianismo é uma dieta que exclui da nossa alimentação os produtos animais. O veganismo pressupõe normalmente um vegetarianismo ético e estrito (que exclui todos os produtos de origem animal, não só da alimentação como de outras utilizações).

Existem várias razões pelas quais as pessoas podem optar por uma dieta vegetariana, sejam elas razões de saúde, religiosas, espirituais, etc. Neste site aborda-se apenas o vegetarianismo por motivos éticos (embora para os animais a motivação seja indiferente).

3 Não são os humanos onívoros? É saudável ser vegetariano?

Sim, os humanos são onívoros (embora seja possível argumentar que as nossas características fisiológicas estão muito mais próximas das características dos animais herbívoros do que das características dos animais carnívoros). No entanto, ser onívoro não quer dizer que se tenha de comer carne, quer dizer que se pode, opcionalmente, comer carne. Os milhões de vegetarianos existentes em todo o mundo (aproximadamente 200 mil em Portugal) — e que tendem a ter melhor saúde e viver mais tempo do que os onívoros — são prova mais do que suficiente de que a dieta vegetariana é perfeitamente saudável e adaptada ao nosso organismo.

4 Mas que diferença faz mais vegetariano menos vegetariano? Os mesmos animais vão continuar a ser criados e abatidos para consumo!

Nós, obviamente, acreditamos que faz toda a diferença. Em princípio porque acreditamos que todo o sofrimento que possa ser evitado, por insignificante que possa ser, vale a pena ser evitado.

Em segundo lugar, é um fato que o mercado se regula pela lei da oferta e da procura; logo, se houver menos procura para a carne, a oferta irá eventualmente diminuir, diminuindo assim o número de animais explorados e mortos para consumo.

Em terceiro lugar, achamos que é nosso dever ético contribuir, através das ações e do exemplo, para a mudança que queremos ver na sociedade. Como disse Gandhi, "Sê a mudança que queres ver no mundo".

5 Se comer animais fosse errado, então também seria errado comer plantas pois elas também são seres vivos e também sofrem

As plantas são muito diferentes dos animais e, apesar de serem seres vivos, não têm cérebro nem sistema nervoso. É, portanto, descabido comparar animais com plantas. Mas se, por absurdo, as plantas também sofressem como os animais sencientes, daí não se retirava que o sofrimento dos animais passasse a ser negligenciável. Quando muito, esse seria mais um argumento a favor do vegetarianismo, uma vez que quem come diretamente vegetais causa a destruição de muito menos plantas do que quem come carne.

6 Se os animais se comem uns aos outros, o que pode haver de errado em que nós os comamos a eles?

As ações de terceiros não são justificativa para as nossas próprias ações e este deve ser um dos raros casos em que muitas pessoas são levadas a justificar as suas ações com as ações dos animais carnívoros (o mais usual é aquilo que os animais fazem ser dado como um exemplo daquilo que os humanos devem se abster de fazer).

É verdade que muitos animais comem outros. E é verdade que não existe nada de errado nisso, uma vez que, para esses animais não-humanos, não existe nenhuma escolha moral subjacente a essa ação. No entanto, nós, humanos, temos a capacidade e o poder de escolher. E se nós podemos escolher não causar sofrimento, e ainda assim escolhemos causar sofrimento, será que não há mesmo nada de errado nisso?

7 Não estão os humanos no topo da cadeia alimentar?

Cada qual está no lugar onde se quiser colocar. Os humanos, sendo onívoros, não precisam de se alimentar de animais.

Quem pretender se guiar pela lei do mais forte certamente encontrará uma boa justificação para comer outros animais (do mesmo modo que um pai que explora os filhos de tenra idade obrigando-os a trabalhar acha tem razão pelo simples fato de ter poder sobre os filhos).

Por outro lado, quem pretender guiar as suas ações pela ética e pela razão facilmente concluirá que a dieta vegetariana é uma escolha perfeitamente adequada ao Homem.

8 Os argumentos a favor do vegetarianismo são bons. No entanto, o vegetarianismo parece-me demasiado radical.

Demasiado radical por ir contra a idéia generalizada de que não existe nada de errado em comer animais? Seriam também demasiado radicais aqueles que defendiam o fim da escravatura quando a generalidade da sociedade a apoiava?

Para nós, o vegetarianismo é inerentemente compassivo e compreensivo. Ser vegetariano não significa ter certezas absolutas, ignorar as opiniões contrárias ou, muito menos, justificar os fins com os meios. Ser vegetariano significa questionar: questionar a prática institucionalizada de exploração de outros animais e decidir em consciência qual é a melhor coisa a fazer. Ser vegetariano pode ser ter a forte convicção de que não é de modo algum justificável matar animais para comer. Mas não é preciso tanto. Para ser vegetariano basta ter a dúvida de que seja justificável matar animais para comer e, em caso de dúvida, as pessoas justas são chamadas a optar por não condenar quem pode estar inocente.

O vegetarianismo significa julgar aquilo que está certo ou errado, aquilo que é o "bem" ou o "mal", mas procurar fazer melhor, pois não existe nada certo ou errado, mas geralmente existem alternativas melhores ou piores. No caso da nossa dieta, consideramos que uma dieta vegetariana é a melhor alternativa. Mas claro, não é por alguém ser vegetariano que é melhor ou pior do que qualquer outra pessoa.

9 Se fôssemos todos vegetarianos não seria o fim dos animais usados para consumo?

Os animais não vivem exclusivamente para que nós os comamos! Não existem apenas vacas, frangos e porcos, existem muitas outras espécies animais e não é por não serem utilizadas na alimentação que se extinguiram. Da mesma forma, não seria por todos deixarem de comer vaca que deixariam de existir vacas, por exemplo. Seguramente, continuariam a existir vacas em reservas, parques naturais ou santuários.

Os humanos não são tão cruéis a ponto de condenar à extinção uma espécie apenas porque esta deixou de ter "utilidade" para nós. Mas, se o fizéssemos, a culpa não seria do vegetarianismo.

10 O vegetarianismo é muito bom para quem não gosta de carne. Eu acho nunca seria capaz.

O vegetarianismo ético não tem nada a ver com gostar de carne ou não. Alguns, antes de serem vegetarianos, já sentiam uma certa "repulsa" pela carne, como se a nível subconsciente algo lhes dissesse que comer carne não era assim tão natural. No entanto, outros gostavam bastante de comer carne, o que não os impediu de se tornarem vegetarianos.

Na maior parte das vezes é preciso algum esforço, mas o que é importante é a motivação. E quando a motivação é tão nobre como evitar o sofrimento e contribuir para um mundo mais justo e pacífico, então essa motivação é seguramente suficiente para nos fazer ultrapassar os obstáculos que se nos irão deparar.

11 Não deveríamos nós pedir um abate mais humano em vez de defender o vegetarianismo?

Na nossa opinião, o problema fundamental não é a forma como os animais são abatidos, mas o simples fato de eles serem abatidos. Pois por mais indolor que seja o abate, dificilmente se justifica que se tire a vida a um ser senciente quando podemos fazer uma dieta vegetariana que é tão ou mais saudável do que a dieta onívora.

Em qualquer caso, o meio mais eficaz para diminuir o sofrimento dos animais criados para consumo é adotando uma dieta vegetariana. É virtualmente impossível fazer com que os milhões de animais criados para consumo passem a ter uma vida em condições mínimas de bem-estar em curto prazo e, pior do que isso, a situação só tende a agravar-se à medida que a população e o consumo de carne a nível mundial aumenta.

12 Por que não há mais vegetarianos? Quais são os principais obstáculos ao vegetarianismo?

Existem muitos milhões de vegetarianos em todo o mundo, e o número tem tendência a aumentar. No entanto, o que nós pretendemos é que muito mais pessoas se tornem vegetarianas, para que se consiga diminuir significativamente o sofrimento animal causado pela criação e abate para consumo.

Os aspectos culturais e religiosos podem justificar que não haja mais vegetarianos. O Cristianismo, em particular, tem sido usado no ocidente para justificar o domínio do Homem sobre os animais. É de realçar que são muitos os cristãos vegetarianos que advogam os direitos dos animais, não encontrando nada de incoerente entre a mensagem de Cristo e o respeito pelos animais, antes pelo contrário. No entanto, alguns usam passagens da Bíblia para justificar que os animais são seres inferiores (e como tal não importa a forma como os tratamos), como poderiam também justificar a escravatura, ou a subjugação das mulheres, se estiverem empenhados numa interpretação literal. Infelizmente, contudo, esta visão tem tido uma grande influência na sociedade.

13 Um obstáculo que todos os que consideram tornar-se vegetarianos têm de enfrentar é a barreira inicial que os separa do vegetarianismo. Por vezes parece ser uma barreira de altura infinita. O que vou comer? Onde vou comer? Vou ter de fazer a minha comida? E quando sair com os amigos? Será que vou ser excluído de alguns eventos sociais?

À medida que as perguntas se acumulam, é natural que comecemos a tentar arranjar justificativas para não fazer coisa nenhuma e deixar a inércia vencer. Afinal, a dieta onívora apresenta normalmente duas grandes vantagens: foi essa a dieta a que fomos habituados deste pequenos, e é essa a dieta dos nossos familiares e amigos. No entanto, se a nossa consciência nos disser que devemos optar pelo vegetarianismo, podemos ignorar os obstáculos e seguir em frente. A nossa motivação é tudo o que precisamos. Com o passar do tempo veremos como é fácil ser vegetariano e, se o nosso testemunho do vegetarianismo for coerente e compreensivo, os nossos familiares e amigos respeitarão naturalmente a nossa opção.

14 O que é mais recomendável ser vegetariano ou vegan?

Por princípio, seria recomendável ser estritamente vegetariano (vegan), pois também existe muito sofrimento associado à industria de lacticínios e ovos (e não apenas associado à morte de animais).

No entanto, para muitos de nós, ser estritamente vegetariano é demasiado difícil ou demasiado desgastante. Por vezes, estas dificuldades podem provocar sentimentos de frustração, ressentimento e revolta. Quando assim acontece, é provavelmente preferível optar por uma dieta vegetariana ou relaxar um pouco as restrições de um vegetarianismo estrito. Devemos ter em conta que é preferível um vegetariano jovial que transmita uma idéia positiva do vegetarianismo a um vegan amargurado. Bem como é preferível um vegetariano para toda a vida a um vegan que depois dos vinte simplesmente desista e volte a comer carne.

15 Por que motivo os vegetarianos não respeitam a liberdade dos não-vegetarianos e os querem converter à força?

Já lá vai o tempo, pelo menos na nossa sociedade, em que as conversões eram impostas. Quando nós advogamos o vegetarianismo, não estamos tentando converter ninguém à força, mas simplesmente dando uma informação para que a pessoa possa fazer a sua própria escolha de maneira mais informada. Muitos de nós, não nos tornamos vegetarianos mais cedo porque não tivemos acesso a informação que nos levasse a questionar a nossa dieta. O que nós queremos é que as pessoas tenham acesso à informação que lhes permita decidir de acordo com sua consciência

Vegetarianismo: Razões Filosóficas do Vegan

Fonte: Site Amor Cósmico - http://www.amorcosmico.com.br/vegetarianismo/razoes/filosoficas.asp 

O vegan defende que o homem deve viver autonomamente, sem depender de outras espécies animais.

O vegan também é uma filosofia e prática de vida e compaixão. Esse caminho tem sido seguido por algumas pessoas em todos os tempos da história da humanidade.

Só recentemente a palavra vegan (VíGN) foi utilizada para distinguir os vegans dos vegetarianos, e o movimento vegan acabou por se tornar uma sociedade.

A primeira sociedade vegan foi organizada e fundada em 1944, na Inglaterra. Em 1960, H. Jay Dinshah fundou a sociedade vegan americana. Desde então mais de 50 sociedades foram criadas em todo o mundo.

Veganismo é muito mais do que uma questão de dieta. É, sobretudo, uma forma de vida que exclui todas as formas de exploração e crueldade contra o reino animal. Isso implica que um vegan se limite ao uso de apenas produtos derivados do mundo vegetal.

Os vegans escolhem viver de uma forma mais humana e compassiva em relação aos animais e são contra a morte e todo o tipo de exploração animal. Não usam produtos derivados de animais - como a lã, couro, peles, roupas ou móveis, artesanato, sabonetes ou cosméticos que contenham produtos de origem animal, escova feita de cabelos, travesseiro de penas, etc.

Os vegans não pescam, não caçam e não aprovam o confinamento de animais nos circos ou zoológicos, rodeios ou touradas.

O veganismo lembra ao homem a sua responsabilidade pelos recursos naturais e faz com que ele procure formas de manter o solo e o reino vegetal saudável, assim como o uso correto dos materiais da terra.

Um vegan não se submete à vacinação ou soro feito de animais, nem tão pouco usa drogas que foram testadas cruelmente neles.

O veganismo é uma filosofia de vida, um caminho que procura a harmonia com o meio ambiente.

O vegan, em geral, também se interessa em ter um excelente padrão físico, emocional, mental e espiritual.

Talvez essa lista de coisas seja difícil de seguir. Ela foi feita para mostrar como é grande e extensa a lista de produtos ou substâncias derivadas de animais que normalmente usamos ao longo de nossas vidas.

Isso ocorre principalmente porque o mercado de vendas desses produtos só pensa em aumentar os seus lucros, independente da exploração animal ou dos efeitos nefastos que isso traga ao meio ambiente ou à saúde em médio prazo.

O curioso é que já existem muitas alternativas mais humanas para qualquer tipo de produto de origem animal. No entanto, são poucas as empresas que as adotam. Na América do Norte e na Europa tem crescido o comércio de produtos não derivados de animais devido ao aumento da consciência do respeito ao meio ambiente e a compaixão por todas as formas de vida.

Embora a dieta vegan não contenha vitamina D, os seus seguidores podem consegui-la com a exposição ao sol das mãos e da face durante quinze minutos, cerca de três vezes por semana. Os outros nutrientes mais difíceis de conseguir seguindo uma dieta sem produtos animais, como a vitamina B12, podem facilmente ser obtidos ingerindo alimentos enriquecidos, levedo de cerveja ou, em último caso, recorrendo a suplementos vitamínicos.

Referências:

http://www.centrovegetariano.org/
http://www.brasil.terravista.pt/ipanema/2954
http://www.vivanaturalmente.pt/ (seção viva vegetariano)
http://www.terravista.pt/meco/1518  

Receita Vegana:

Mousse de chocolate feito com tofu

1/2kg de tofu
300g de chocolate meio amargo (vegan) ralado
3 colheres de sopa de Karo
Fruta ou castanha de caju

Bata o tofu no liquidificador até ficar bem cremoso. Derreta o chocolate em banho maria ou no microondas. Misture o Karo ao chocolate e ponha no liquidificador junto com o tofu. Bata novamente até o creme ficar consistente. Coloque em taças e sirva com uma fruta ao topo ou com pedacinhos de castanha de caju. Deixe na geladeira por, no mínimo, 1 hora.


Esta coluna é atualizada mensalmente, dia 19.
Próxima: 19/9/2007

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