"DIVERSOS CAMINHOS EM BLOCOS", POR ZANOTO

Jornalista famoso do Correio do Sul (Varginha/MG), desde 1950 mantém a coluna lítero-poética "Diversos Caminhos" naquele jornal.
Manteve coluna em Blocos Online de janeiro de 1998 a dezembro de 1999, e agora retorna à Internet, novamente através de nosso site.
C. Postal, 107 - 37002-970 Varginha/MG

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Coluna nº 60, de 15/10/2009
(próxima: 15/11)

1. O impossível é imprevisível só até acontecer
OU o poeta perdeu
o pomo da paz
e sentiu gosto de sangue
ao provar
a polpa
OU os brinquedos e as brincadeiras
são as maneiras sensatas
das crianças entenderem sutilezas do Universo
e tudo que retratas
OU colocas num verso
até sem preocupação...

          - Clevane Pessoa

2. Wladimir da Rocha disse que achou magnífico o poema de Clevane publicado acima. / O ex-governador do Estado do Rio em 1958 estava lendo "A fogueira das vaidades", de Tom Wolfe. Disse que o livro era muito bom e que recomentava.

 3. Aquela moça estava muito triste na festa. / Ely Rindidunga Fontoura escreveu num pedaço de papel que "o escritor Hans Magnus Enzensberger (alemão) visitou mais de sete países europeus". Gilda e Rodolfo Serkim me disseram que não sabem quem é esse escritor alemão. Ely disse ainda que Hans M. Enzensberger "inventou uma Europa do futuro". Pior que "unificada pelo ceticismo e pelo desencanto".

4. De repente vem-me à memória um dos primeiros amigos de minha coluna no Diário de Varginha (décadas de 70 e 80), Jurandir Schmid, de Joinville/SC. Por onde será que ele anda hoje em dia? / Saio de casa com o poema de Fernando Pessoa, "Poema Necessário" e topo com "Corpo", poema de José Ronaldo Correa". ... No corpo o repouso da morte/ jamais voltará a a anoitecer" (José Ronaldo Correa).

5.  Do meio da neblina saem Suzana Vargas, Tânia Scher, Rita Moutinho, Marilda Pedroso e uma linda borboleta. Que neblina é essa que se desfaz depois em água cristalina? / Caríssima Leila Miccolis, sabe do que me lembrei ontem à noite, ouvindo Elis Regina: Do Botanic, que você frequentava e participava em 1986.

6. ODE A MANUEL DE BARROS

O inframundo pantaneiro,
barro de um só menestrel,
tem caramujso solteiro<
resina, lagarto e fel.

Começa de onde termina
todo silêncio imprestável:
do inútil consagra a rima,
de nada saca o provável.

Entre os modos vimarenses
e a Cobra Grande, norato,
seu jeito é único e denso,
tira o rico do barato.

Compêndios ou assovios,
seu microscópio é de estudo.
De qualquer luz extrai fios
de qualquer cisco, faz tudo.

          - Jorge Tufic, in "A insônia dos grilos", Fortaleza/Ceará

7. Um programa de televisão em 1960, que atraía uma legião de público, e era levado na Tevê Excelcior, sob o comando da magistral Bibi Ferreira, que vi numa recente ida a São Paulo, numa peça com Juca de Oliveira, intitulava-se "Brasil 60", produzido por Manoel Carlos. Quem era fã incondicional de Manoel Carlos era Silas Sampaio Morais. Sem dúvida, um gostoso programa de auditório. A TV Excelcior não existe mais. O programa sem dúvida era bastante sofisticado. Me lembro muito bem que Manoel Carlos era um cara muito habilidoso. Foram vistos juntos, num dos programas, o bossanovista João Gilberto com o fabuloso Orlando Silva, que Galvão Conde diz ser um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos.

8. P. H. Xavier escreveu um poema que não existe e pensou enviá-lo para Ilma Fontes em Aracaju, e Rogério Salgado (BH). Cada palavra do poema tem uma introdução. Cada introdução uma distinção. As letras, segundo ele, foram retiradas de um campo de flores. Fiquei meio confuso quando li. A luz das imagens se infiltrava através do vão da porta.

9. Prezado Goulart Gomes (Salvador/BA): estou preparando as coisas para seguir o coelho branco. Pensei no que disse Morpheus: "...A mente tem problemas em esquecer..." Hoje em dia ando muito esquecido. Espero estar com Vishnu ("o Conservador"). Não sei se ainda estou de posse do "meu mundo de/ velhas páginas e / eternas dúvidas"...

10. "Não era a realidade que ele representava em suas telas, mas o próprio processo de criação". Nicolau Seveenko, autor desta frase, referia-se a Juan Miró.

11. Depois, a Valsa de Orfeu. E o sol ainda não batizara a cabeça de Vinícius de Moraes. Depois, vem cá bitu. Depois, acima da calçada, dois sanfoneiros de João Pessoa e um clarinetista de Curiapeba (BA), de que não sei o nome. Aristides Theodoro, em Mauá/SP, pode informar. Ele conhece todo mundo lá. Depois, Natália, Stela e Viviane. Um dia de festa na casa de Francisco Pacheco. Depois, um escorregão, na rua da Consolação, em São Paulo. Depois, um papo sobre o mar, em Vitória, com Clodoaldo Ewald. E finalmente Virgínia Woolf falando poemas a tarde inteira.

12. "Seja como o Machado de Assis
     Que perfuma os vândalos que o ferem".

               - Eduardo Hoffmann - Curitiba/PR

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