Christina M. Herrmann  

Christina M. Herrmann é poeta, webdesigner. Carioca, vive atualmente na Alemanha. Comunidades no orkut: "Café Filosófico das Quatro", "Sociedade dos Pássaros-Poetas" ambas de entrevista e "Orkultural" em parceria com Blocos Online.
Endereço do Blog, reunindo todos os seus sites e comunidades: http://chrisherrmann.blogspot.com

 Coluna 91 - outubro de 2009
(próxima coluna: 24/11/09)

UMA CRÔNICA DE RITA RIBEIRO

Esta crônica muito bem escrita pela Rita foi extraída da comunidade Café Filosófico ”Das Quatro” e fala sobre a capacidade real de escutar a nós mesmos. Confiram!


Você é capaz de escutar-se?

por Rita Ribeiro

                              Nós nos fazemos por meio da palavra, e, no entanto, a consciência disso é insuficiente. E poucos são capazes de escutar-se,
                              e essa incapacidade é a maior razão do conflito entre as pessoas e os povos."
(Betty Milan)

Sempre achei a palavra algo mágico carregado de possibilidades que nós falantes imprimimos a ela. Com ela nos conhecemos e conhecemos o outro, sabemos do mundo, vivemos e, sem ela vamos perdendo, sofrendo, morrendo aos poucos. Porém, saber usar bem a palavra é imprimir-lhe o que há de construtivo e verdadeiro de forma a levar alegria e benefício aos que a escutam. Em contrapartida, ela pode ser destrutiva e cruel. Seres falantes que somos, expressamo-nos, lançando ao redor tudo aquilo que carregamos dentro de nós: alegramos quem nos ouve, criamos sentimentos de amizade, amor e respeito, mas também excluímos, machucamos, podemos até prejudicar. Enfim, a palavra serve de fio condutor. Ligamo-nos às pessoas através dela. Pronunciamos a palavra que une e felicita, e também a que desune e machuca. Sempre percebi o quanto podemos ser cruéis se quisermos realmente marcar alguém. Um tapa dói menos que a palavra que cala e dificilmente é esquecida. Isso é certo! A psicanalista Betty Milan*, em sua coluna da Revista Veja desta semana, fala disso. Será que podemos dizer tudo o que passa por nossas mentes? Muitas pessoas o fazem em nome da franqueza. Até onde podemos ser francos? Até onde não passamos a magoar? Na verdade, falamos aquilo que, antes, sentimos. Sim, pois o problema está exatamente nos sentimentos imperfeitos que verbalizamos. Este é um dos motivos que levam muitos relacionamentos familiares ou amorosos, de amizade ou de trabalho a se desfazerem. Precisaríamos ouvir mais vezes nossas próprias palavras para sabermos por que as deixamos escapar pela boca, ferindo.
Colocarmo-nos no lugar de quem ouve duras palavras já nos dá a medida do sentimento que provocamos. Escutarmos a nossa consciência é conhecermo-nos melhor a fim de mudar, de nos educar para que, com as palavras, não culpemos o outro do que somos ou do que nos tornamos. A palavra deve levar em suas entrelinhas amizade, carinho, ajuda, amor e paz. Deve ser o elo que une e constrói. Para encantar, é preciso correr o risco de decepcionar. Para ser aprovado, é preciso expor-se à desaprovação. Portanto é imperativo falar, diz a escritora. E assim sendo, somente uma boa reflexão nos indicará como anda nosso falar, se ele tem agregado e felicitado ou se tem, invariavelmente, excluído e destruído pessoas e relacionamentos. Essa nossa escolha, sobre o uso que fazemos da palavra, reflete aquilo que somos, sentimos e desejamos, bem como o grau de responsabilidade que desenvolvemos no trato com o outro e nós mesmos.

**************************************


LEIA A “SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL” de BLOCOS ONLINE

Volumes [1] - [2] - [3] - [4] - [5] - [6] - [7] - [8] - [9]


* * *

DICAS E EVENTOS ORKULTURAIS

Acesse o fórum de debates e eventos da nossa comunidade:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4952440

* * *

CLIQUE AQUI PARA INTEIRAR-SE DAS COMUNIDADES PARCEIRAS DA COLUNA ORKULTURAL
(é preciso participar do orkut para poder acessar o link)

Arquivo de colunas anteriores:
01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10 , 11, 12, 1314, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 82 , 83, 84, 85, 86. 87, 88, 89, 90        

Voltar