Solange Firmino

Professora do Ensino Fundamental e de Língua Portuguesa e Literatura do Ensino Médio. Escritora, pesquisadora. Estudou Cultura Greco-romana na UERJ com Junito Brandão, um dos maiores especialistas do país em Mitologia.

Mito em contexto - Coluna 96
(Próxima: 5/8/2010)

Glauco e Sila

Glauco era uma divindade marinha cujas origens divergem, mas a lenda mais conhecida diz que era filho de um pescador. Um dia, pescando em uma ilha, descobriu que a relva onde colocava os peixes que apanhava os trazia de volta à vida. Decidiu então provar as folhas.

O jovem logo sentiu vontade de entrar na água, e os deuses Oceano e Tétis receberam o novo membro com honras.  Seu aspecto mudou, passou a ter cabelos verdes e cauda de peixe no lugar das pernas. A partir daí, pertencia definitivamente ao mar.

Glauco se apaixonou pela bela ninfa Sila, mas não foi correspondido, pois ela se afastou logo que ele se aproximou, assustada com sua aparência. Ele contou a história de sua metamorfose e como ficou com tal aparência, mas a ninfa continuou fugindo. Glauco resolveu pedir ajuda à Circe, feiticeira que morava na ilha em que Ulisses desembarcou quando voltava da Guerra de Troia. Solicitou-lhe uma poção para que Sila o amasse de volta. 

Circe logo se apaixonou por Glauco e tentou fazê-lo mudar de ideia, dizendo que ele devia desprezar a ninfa e devotar seu amor a quem pudesse correspondê-lo, mas não adiantou. Glauco disse que era mais fácil  árvores crescerem no fundo do oceano e algas no alto das montanhas do que ele deixar de amar Sila. Como Circe o amava e não quis puni-lo, voltou-se contra a rival. Foi até a Sicília e derramou uma poção venenosa na fonte em que a ninfa se banhava, pronunciando encantamentos.

Quando Sila entrou na fonte, viu serpentes e outros monstros na água. Tentou fugir, mas se deu conta de que as serpentes eram seu próprio corpo. Presa no local, Sila tornou-se horrível como sua forma, passou a devorar os marinheiros ao seu alcance, inclusive alguns dos que navegavam com Ulisses, e até tentou destruir o navio de Eneias. Sila foi transformada em rochedo, mesmo assim continuou a ser o terror dos marinheiros.

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