COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 135 - 6/2/2013
(próxima: 21/2/2013)


          

CHUVAS E MISÉRIA

Essa é a época mais triste do ano em quase todo o Brasil.Milhares de pessoas desalojadas pela avalanche das chuvas que tomam conta do nosso Rio de Janeiro.O pior é que isso acontece todos os anos e a tristeza envolve milhares de famílias que não têm para onde ir. As autoridades anunciam que as pessoas devem sair de suas casas e a pergunta que não quer calar é: Para onde?

Será que depois de tantos anos não compreenderam que precisa ser feito um trabalho de prevenção? Meu Deus, será mesmo que a vida humana está banalizada a tal ponto que os responsáveis por este país não se preocupam com isso?

Será mesmo que não entendem que a vida é finita demais e precisa ser realizada alguma coisa para que nossos concidadãos não enfrentem esse desespero? E que cargo, poder e tudo mais que encanta as autoridades desse país, nada valem diante de uma vida humana?

Não basta a miséria, a fome, a violência, o preconceito, a insegurança? Não basta que a educação e a saúde estejam num patamar tão baixo a ponto de muitas pessoas não terem acesso a elas? Até que ponto querem martirizar os cidadãos desse país, trabalhadores que procuram educar seus filhos e viver uma vida minimamente digna?

Uma vida humana é muito mais importante do que carnaval e Copa do Mundo. Nâo entendem isso? Não compreendem que não podemos ter paz sabendo que pessoas como nós estão desesperadas almejando pela tranquilidade de suas casas destruídas com a chuvas aterradoras que caem todos os anos em Janeiro?

Sim vamos vibrar com a legítima festa folclórica de nossos país e com a vitória de termos conseguido a sede da Copa no Brasil. Mas antes disso precisamos olhar, lutar, gritar, pedir ajuda para essas milhares de pessoas e famílias desesperadas ao constatarem que estão sem abrigo e jogadas ali em meio à destruição.

Quando assisto a essas reportagens sobre o que está acontecendo em consequência das chuvas, fico imaginando como sou egoísta nesse momento em que nos divertimos enquanto  pessoas morrem e a única coisa que desejam é sua casinha para abrigar a família e da qual estão sendo enxotadas pelo mau tratamentos de condições necessárias para que permaneçam lá.

A vida é uma só, todo o resto é possível reestruturar menos a presença nesse mundo depois que nossos olhos se fecharem.

O mundo inteiro está cada vez mais apaixonado pelo poder, pela fama, pelo dinheiro, esquecendo que nada vale, diante do curto espaço de vida que temos para usufuir, ser felizes e cumprirmos nossa missão e que está sendo abreviado pelo excesso de individualidade e indiferença, elementos letais que ultrapassam todos os bens do mundo.

Vamos novamente pedir às nossas autoridades que lembrem um pouco da vida daqueles que de uma forma ou outra dependem de sua competência e dedicação. É quase utópico falar dessa maneira, mas nós que escrevemos que podemos transmitir alguma coisa ainda temos esperança que as futuras gerações possam ser tocadas pelo dom da solidariedade, do amor e do entendimento que enquanto os seres humanos não se unirem a vida será amarga e  dolorosa.

Na minha opinião  os gastos desmesurados e a exorbitância de valores gastos com propaganda seriam suficientes para a prevenção desses acidentes e naturalmente o atendimento das necessidades básicas do povo que sofre.

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