COLUNA DE VÂNIA MOREIRA DINIZ

Nº 156 - 6/8/2014
(próxima: 26/8/2014)


          

Dia dos Pais

Há alguns anos atrás tinha a ventura de possuir um pai. Ele tinha uma figura imponente e os olhos muito azuis impressionavam alternando da severidade à doçura.

Recordo-me com saudade de momentos passados em que travávamos conversas filosóficas e hoje sei imaginar que ele gostava de ouvir os filhos falarem e poder deduzir o que passava em suas almas.

Admiração e carinho era algo que eu sentia muito profundamente por aquele homem singular que me legou quase tudo que aprendi. Na maioria dos momentos de nossas vidas talvez não tenha sabido de verdade o que ele representava em termos de meu próprio crescimento, desenvolvimento e amadurecimento.

Não importa que nossas diferenças algumas vezes nos fizeram distantes, meu pai. O que importa realmente é o enorme amor que nos unia e nenhuma palavra ou mágoa poderiam diminuir.

Foi um homem que admirei durante toda minha vida, sentindo a influência benéfica de seu amor, o enorme talento que possuía incontestável, o exemplo maravilhoso de sua vida reta e digna e me surpreendendo cada vez mais com a inteligência vibrante e reconhecida.

Nunca esquecerei a segurança que imprimia em cada um de seus gestos e queria passar aos filhos como um legado. Segurança em todos os setores da vida.

Sua imagem está em minha cabeça sempre muito nítida e seu olhar paira deslumbrante na expressão conhecida de carinho e ao mesmo tempo severidade.

Não esquecerei em nenhum momento tudo que me ensinou e que tenho levado comigo cada dia de minha vida. Ele não está apenas nas lembranças, mas aqui profundamente dentro do meu coração.

Saudade é a sensação de dor que sinto quando entro dentro de mim para encontrá-lo. Uma saudade doída porque nos enseja pensar no “nunca mais”.

E, no entanto, essa saudade é a coisa mais preciosa que carrego porque recorda uma vida inteira de convivência, muitos ensinamentos e hábitos sadios.

Convivência que nascia com o dia que amanhecia e percorreu nossas vidas de uma maneira persistente.

Nesse momento que a falta de sua presença me faz sofrer levando-me às lágrimas e minha garganta dói pelo nó enorme que se forma, dificultando até uma respiração pausada e normal quero prestar minha homenagem a ele cuja única intenção era me fazer feliz.

E dizer-lhe que fique tranquilo. Estarei sempre com você em meus pensamentos e coração jamais esquecendo a sua extraordinária influência e incontestável amor. E jamais esquecerei o quanto me amou em todos os momentos amenos ou difíceis.

Gostaria que estivesse aqui, papai. Certamente olharia em seus olhos e agradeceria tudo que fez e se dedicou por mim. Gostaria que estivesse aqui, e eu entenderia o que é capaz o amor de uma pai generoso e rico em ensinamentos os mais variados.

Obrigada, por aquilo que talvez eu não tenha sabido compreender e reconhecer. Obrigada, meu pai.


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