JOSÉ NÊUMANNE PINTO

Jornalista, editorialista do Jornal da Tarde, comentarista da Rádio Jovem Pan e do SBT, poeta e escritor com diversos livros publicados, entre eles: Solos do silêncio – poesia reunida  e O silêncio do delator, agraciado com o Prêmio "Senador José Ermírio de Moraes", da ABL. Leia novo texto de Ronaldo Cagiano na fortuna crítica do autor e conheça a poesia do colunista, cujo CD agora tem opção de download. Site: http://www.neumanne.com

Coluna de 23/10/2008
(Próxima coluna 30/10)

Desfalques

 Sinto-me no doloroso dever de comunicar os dois enormes desfalques causados em meu combalido coração de poeta pela impossibilidade de continuar convivendo com dois amigos muito queridos e dois grandes artistas de nosso cancioneiro popular de qualquer região e em qualquer época..

Primeiro foi Toinho Alves, encontrado morto, aos 65 anos, na velha e boa rede de dormir por um enfarte fulminante em sua casa em Olinda. Líder do Quinteto Violado, curador de música de nosso amado Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro, Toinho era um anjo barroco irretocável, um autor, intérprete e exegeta da musicalidade do povo brasileiro, principalmente do Nordeste, onde ambos nascemos.

E ainda doeu pra valer, doeu demais a partida do baiano de Juazeiro Walter Santos, com quem convivi como parceiro, irmão mais novo de fé e devoto devorador de feijoada com orgias do pudim preparado pelo Tite na Toca, desde os anos 70 do século passado até a véspera de sua morte, aos 77 anos, na mesma quinta-feira fatídica, que foi o último dia 29 de maio. Ouvido absoluto, garganta de veludo, mãos de fada nas cordas do violão, o marido de minha querida mestra em vida Teresa Souza, o cunhado de J. B. Lemos, meu guru jornalístico, o pai de Dudu, Rífica, Carla, Adriana e Luciana, hoje uma diva do jazz americano, o compadre de Hermeto Paschoal, Waltinho é mais que insubstituível aqui. E foi pro céu aboiar vaquejadas com Toinho e um amigo comum de nós três, Luiz Lua Gonzaga.

Nem todas as lágrimas do mundo nem um dilúvio de pranto lavarão a dor e a angústia da falta que me fazem, que nos fazem, melhor dito, Toinho e Waltinho.

Mantendo-os a Seu lado, Deus terá à mão duas pessoas maravilhosas e o melhor som do Paraíso.

Beijo comovido, condoído, subtraído de Nêumanne, num luto só.

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