Coluna de Rogel Samuel 
Rogel Samuel é Doutor em Letras e Professor aposentado da Pós-Graduação da UFRJ. poeta, romancista, cronista, webjornalista.
Blog pessoal: http://literaturarogelsamuel.blogspot.com/

Nº 273 - 1 ª quinzena de março de 2015
(atualização quinzenal, dias 10 e 25)

A PANTERA

15.

De Katmandhu voei com Jara para Paris. Ficamos no Hotel Fondary, na rua do mesmo nome. Ao lado morava minha amiga Annie, que nos convidou para seu apartamento.

Jara se recusou a entrar no elevador, que era pequeno e ameaçador. Subimos os sete andares de escada, eu e ela.

Annie nos serviu um maravilhoso chá com torradas. Era uma mistura que só ela sabia fazer.

– Quando chegaram? – perguntou Annie.

– Ontem, respondi. Viemos de Katmandhu...

– Ahh – fez Annie – com uma expressão de espanto e admiração.

Ficamos um tempo em sua sala e depois saímos em direção à Torre Eiffel que não estava longe. Jara elegante, no seu casaco tibetano. Atravessamos a praça Duplex, por baixo do metrô e nos metemos numa daquelas ruas. Ao passar pela Avenida Motte Picquet 52 parei para mostrar para Jara a galeria “Paris-Manaus”.

No dia seguinte, tomamos o café no hotel e fomos, eu e ela, conhecer um pouco de Paris.

Almoçamos no “ Le Roi du Couscous” e nos mudamos para o Hotel Du Petit Louvre, ali perto, mais conveniente e onde ficamos um mês.

Havia uma chuva fina que molha o chão das ruas e põe as folhas das árvores pensativas. Nas três vezes anteriores àquela em Paris chovia sempre. Como adoro Paris, sonhei morar em Paris.

Chove sempre que estou em Paris.

Com Jara e Annie Gerault, que não tinha medo de chuva, cortamos o Bois de Vincennes, pelas margens do lago "des Minimes", sob chuva forte, à noite. Fomos procurar um centro de budismo.

Um dia saímos a ver a nova iluminação da Torre. Depois, já bem tarde, Annie quis passear pela noite, no Jardin du Luxembourg.

Como carioca, logo pensei em assalto. O jardim estava deserto, a sensação era de calma.

Lembrei-me então: não estávamos no Rio.

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